Um idoso morreu no Hospital de Bragança com febre hemorrágica da Crimeia-Congo, confirmou esta sexta-feira a Direcção-Geral da Saúde. As autoridades sanitárias sublinham que “se trata de um caso raro e esporádico” e o primeiro a ser detectado em Portugal.
A doença, considerada tropical, é contagiosa e pode ser transmitida pela picada de uma carraça. Em comunicado, a DGS “esclarece que não há risco de surto nem de transmissão de pessoa para pessoa”. A DGS assegura que todas as evidências indicam que “se trata de um caso raro e esporádico”.
A vítima, um homem com mais de 80 anos, de nacionalidade e naturalidade portuguesa, vivia no distrito de Bragança e, durante o período de incubação, “realizou actividades agrícolas”.
Começou a ter sintomas a 11 de Julho e foi “admitido no Hospital de Bragança por sintomatologia inespecífica e acabou por falecer”, adianta o comunicado da Direcção-Geral de Saúde.
O idoso não tinha histórico de viagem para fora do país. Também não foram identificados contactos com eventuais sintomas “nem casos adicionais da doença”. As investigações entomológicas continuam e foram “reforçadas para recolha de carraças no distrito de Bragança”.
RISCO PARA A POPULAÇÃO
Está a ser feito um levantamento ambiental deste tipo de carraças transportadas por veados, cabras ou javalis, um vector já presente no país e para o qual os especialistas já estavam em alerta.
De acordo com a DGS, o vírus que causa a febre hemorrágica da Crimeia-Congo (FHCC) “não foi detectado, até agora, em carraças na rede de vigilância entomológica Revive”. Isto leva a Direcção-Geral da Saúde a afirmar que “o risco para a população é reduzido”.
A DGS garante que vai continuar a acompanhar a situação e actualizar as orientações técnicas para os profissionais de saúde nas “unidades de saúde pública e dos serviços de prestação de cuidados”.
O objectivo é conseguir “melhor detecção, diagnóstico, abordagem terapêutica e protecção de contactos de casos suspeitos”.
PREVENIR PICADAS DE CARRAÇAS
A DGS aconselha, nas actividades na natureza em zonas propícias a carraças:
Utilização de roupas de cores claras para que as carraças possam ser vistas e removidas mais facilmente;
Uso de vestuário de mangas compridas, calças compridas e calçado fechado;
Utilização de repelente de insectos no vestuário e proteger a pele;
Em passeios no campo, caminhar, se possível, pela zona central dos caminhos para evitar o contacto com a vegetação;
Inspeccionar a roupa, a pele e o couro cabeludo no regresso de actividades no campo e remover eventuais carraças. Se estiverem agarradas, deve recorrer aos serviços de saúde para que sejam retiradas de forma adequada e ficar atento ao aparecimento de sinais e sintomas.
Caso ocorram sintomas, a DGS aconselha o recurso à linha SNS24.
Com RTP