A inauguração do Centro Interpretativo do Porco e do Fumeiro e a Bísaro Pig Parade são algumas das inovações introduzidas no programa da ‘veterana’ Feira do Fumeiro de Vinhais, que entre 4 e 7 de Fevereiro cumpre a sua 36.ª edição.
Vinhais, que se orgulha de ser a capital do fumeiro, a mais antiga e “mais conceituada”, apresentou esta quinta-feira na Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Braga os seus pergaminhos.
Luís Fernandes, vice presidente da Câmara de Vinhais, reconhece que a Feira do Fumeiro se transformou ao longo dos anos na “principal festa” do concelho transmontano, “chamando à terra muitos vinhaenses espalhados por todo o país e estrangeiro”.
Se o certame “tem uma grande importância para a economia local e regional” pela “pujança” económica que representa, o ‘vice’ da autarquia de Vinhais destaca também o impacto que, a pretexto do fumeiro e de todos os sabores rurais, tem no turismo, adiantando que a oferta hoteleira está praticamente esgotada não só no concelho mas igualmente nos concelhos vizinhos.
“ A Feira representa uma dupla aposta: o fumeiro e o turismo”, diz Luís Fernandes, lembrando que o concelho tem na castanha outra mais-valia que “representa valores mais significativos” para a economia local que os salpicões, os chouriços, as alheiras e os presuntos juntos.
O evento, refere o autarca, tem tido a capacidade de se renovar anualmente, apresentando sempre novidades. O que “nem sempre é fácil” adianta Carla Alves, a responsável pela organização.
Entre as novidades, aquela que seguramente atrairá mais atenções (e a mais divertida), é a Bísaro Pig Parade, uma exposição de ‘porquinhos’ em fibra de vidro de tamanho grande decorados por duas dezenas de artistas plásticos e escultores locais.
A esta novidade junta-se, além da inauguração Centro interpretativo do Porco e Fumeiro, dedicado ao bísaro, ainda o concurso ‘Sabores quase esquecidos, sabores quase perdidos”, pretexto para dar a conhecer receitas de outrora. Uma sessão de formação sobre o corte e preservação do presunto pelo chef Victor Oliveira entra também no rol das inovações.
Rigor na selecção dos produtores
Carla Alves frisa que o sucesso do certame resulta do “rigor no que toca à selecção dos produtores” já o que está em causa é a promoção e a divulgação de um produto – o fumeiro- certificado pela União Europeia.
A autarquia, afirma a responsável, acompanha todo o processo de criação dos bísaros bem como a produção dos seus derivados, razão pela qual só sete dezenas de produtores estão representados.
“Tivemos que recusar outros por não obedecerem aos critérios”, reconhece Carla Alves. “Temos que ter rigor na selecção dos produtores para não matarmos a nossa galinha de ovos de ouro”, remata.
Afinal, o fumeiro faz mal?
Respondendo aos jornalistas, Carla Alves desvalorizou o recente alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS) que associa o consumo de enchidos ao cancro.
“O alerta da OMS foi mal interpretado e é alarmista”, afirma, acusando a comunicação social de ter entendido mal o aviso da organização mundial. “O alerta referia-se a alimentos processados como os fiambres, mortadelas e salchichas” explica, lembrando que o bom senso aconselha que “qualquer produto não deve ser consumido em excesso”.
A animação do certame também promete satisfazer todos os gostos. Os Blasted Machanism, Mickael Carreira e o grupo da Casa de Trás-os Montes e Alto Douro de Braga são alguns nomes que sobem aos palcos da feira do fumeiro vinhaense.
Fernando Gualtieri (CP 1200)