Um grupo de cerca de 50 feirantes que operavam no exterior do mercado municipal protestaram, desta quinta-feira, em frente à Câmara de Braga em desagrado contra o facto de lhe ter sido indicada a alameda do Estádio Municipal, como local de trabalho enquanto a obra de requalificação do mercado não estiver terminada, o que se prevê aconteça a 30 de Outubro. Rio responde que “não há outra alternativa”.
Com cartazes contra a decisão da autarquia, que – dizem – lhes tira os clientes, o grupo tentou ser recebido pelo presidente da Câmara, Ricardo Rio, mas este estava “ocupado” já que nenhuma reunião lhe havia sido pedida para o dia de hoje pelos feirantes.
A meio da manhã, foi dito ao grupo de feirantes que iriam ser recebidos num departamento camarário no Pópulo, durante a tarde desta quinta-feira.
OU A ALAMEDA OU NADA
A autarquia sublinha que em causa está a segurança de vendedores e clientes e justifica a nova localização encontrada como “a possível”, já que no centro da cidade não existem espaços tão amplos para cumprir com as normas impostas pela Direcção Geral de Saúde.
Em declarações, à Radio Universitária do Minho (RUM), Ricardo Rio afirmou que “os representantes dos feirantes já tinham conversado com responsáveis dos serviços municipais”, além de ter reunido, ao início da manhã desta quinta-feira, com o advogado que os representa.
Ricardo Rio disse “não conseguir perceber esta contestação”, já que todos sabem “que não existem condições para funcionar na rua junto ao Mercado Municipal”.
À mesma rádio, o autarca garante que enquanto esta situação se mantiver “não há outra alternativa”, desafiando este conjunto de comerciantes a “aproveitarem a alameda do Estádio Municipal para retomar a actividade sem sequer pagar qualquer tipo de taxa”.
“A alameda do Estádio Municipal garante todas as condições de segurança portanto, ou vão para a alameda do Estádio Municipal e respeitam as condições de segurança, ou não terão condições para retomar a actividade num futuro próximo”, avisa, respondendo deste modo aos vendedores que recusam aceitar localização encontrada e garantem que não vão regressar ao activo se o município não recuar.
Assumindo que é “legítimo” que cada vendedor retome ou não a actividade nas condições disponibilizadas pelo município, Ricardo Rio lembrou à RUM que “não pode obrigar ninguém a ir para a alameda”.
FALTA DE DIÁLOGO
Recorde-se que, na última reunião do Executivo, os dois partidos da oposição, PS e CDU, levantaram o problema dos feirantes que trabalhavam no exterior do mercado, – local que tiveram de abandonar devido às obras e a razões sanitárias – e que não aceitam o local que lhes foi oferecido, como alternativa pela Autarquia, a alameda do Estádio 1.º de Maio, por temerem não ter clientela.
Artur Feio e Carlos Almeida lamentaram a “falta de diálogo” entre as partes, tendo o socialista dito que os feirantes estariam dispostos a ocupar, provisoriamente, alguns espaços exteriores ao mercado.
O presidente da Câmara, Ricardo Rio, contrapôs que os feirantes não querem ir para o Estádio por temerem que essa decisão se torne definitiva e não voltem ao local de partida, o mercado. O autarca garantiu que terão o seu espaço quando o mercado reabrir, mas vincou que a continuação nas ruas está fora de questão.