De 28 de Abril a 7 de Maio, Braga volta a ser palco do Festival de Órgão, um evento que tem marcado a agenda cultural da cidade nos últimos três anos e que se tem afirmado no panorama nacional e internacional. Para esta quarta edição, a organização – a cargo do município, Arquidiocese, Santa Casa da Misericórdia de Braga e Irmandade de Santa Cruz – continua a apostar num conjunto de concertos de qualidade, a que se juntam visitas guiadas e conferências temáticas.
Para Lídia Dias, vereadora da Cultura, o eclectismo e a diversidade da programação “são já uma marca deste festival que tem vindo a contribuir decisivamente para a valorização e divulgação do património organístico bracarense”.
“Esta é uma iniciativa consolidada ao nível da criação e fidelização de públicos e que, a somar a isso, tem potenciado o restauro destes instrumentos de grande valor histórico e artístico”, referiu na apresentação do evento esta terça-feira na apresentação do evento.
Segundo a vereadora, o festival só é possível graças à colaboração de relevantes instituições culturais da cidade, sem esquecer o “importante contributo dos párocos que abrem as portas das igrejas para que o público possa assistir a concertos memoráveis e de elevada qualidade”. Lídia Dias destacou ainda a colaboração das Uniões de Freguesias de S. Lázaro e S. João do Souto, de Maximinos, Sé e Cividade e da Junta de S. Victor.
A par do lançamento de um CD com os melhores momentos das edições anteriores, um dos grandes destaques da edição 2017 prende-se com a estreia do órgão portativo do Tesouro da Sé de Braga em concerto, a ter lugar a 3 de Maio, na Igreja do Seminário.
“Trata-se de um pequeno instrumento, dos mais antigos de Portugal, que nunca foi ouvido em concerto e, para o qual, ainda é necessário um ‘foleiro’ para ‘dar aos foles’ e assim o órgão poder tocar”, explica José Rodrigues, o director artístico do festival.
Outra novidade é a presença do organista papal, Juan Paradell, organista titular pontifício do Vaticano, que se apresenta na igreja de São Marcos, a 30 de Abril.
Na abertura do Festival, como é já um hábito, realiza-se um concerto a dois órgãos, na Catedral, sendo este o único momento no ano em que existe a possibilidade de ouvir os grandes órgãos da Sé a tocarem ao mesmo tempo.
CONCERTO COM ACADEMIAS DE MÚSICA DE VILA VERDE, BARCELOS E GUIMARÃES
Outro dos pontos altos do programa é a actuação de um grupo de 80 crianças que irão estrear uma obra de um compositor bracarense, num concerto agendado para a Basílica dos Congregados.
Retomando a experiência bem-sucedida da edição do ano passado, o festival volta a incluir um concerto com os alunos de órgão dos Conservatórios e Academias de Música do Norte do país, nomeadamente de Bragança, Vila Real, Guimarães, Barcelos e Vila Verde. Esta iniciativa assume-se como um incentivo à aprendizagem do órgão enquanto instrumento musical e uma oportunidade dada aos alunos de contactarem com um instrumento histórico, com todas as características e especificidades que o mesmo apresenta.
José Rodrigues, director artístico, lembra que o “Festival não é apenas um meio de valorização do património musical, constituindo-se também como um incentivo à economia e à dinâmica turística da Cidade e da Região”.
A par da organização do Festival, a Arquidiocese de Braga, pelo Instituto de História e Artes Cristãs, está empenhada na realização do estudo e inventário de todos os órgãos existentes na Cidade, trabalho que terá a sua apresentação para breve.
No futuro, a organização pretende lançar um concurso de composição de novas obras musicais para órgão ibérico, bem como um prémio para jovens intérpretes.