O norte-americano William Basinski, o trio experimental Gordan e a artista portuguesa Clothilde integram o programa de Extremo, um novo festival dedicado à música, à arte sonora e à paisagem, que acontece no monte da Falperra, no limite entre os municípios de Braga e Guimarães, no próximo dia 26 de Julho.
Extremo é um festival com o formato de um percurso de um dia. O programa estende-se desde o nascer até ao pôr-do-sol, cruzando viagens sonoras, performances e instalações e um conjunto de concertos de música exploratória e electrónica. Integra o programa da Braga 25 Capital Portuguesa da Cultura e tem entrada gratuita.
Desde “Watermusic” (2000) a “Lamentations” (2020), passando pelo épico de quatro volumes “The Disintegration Loops” (2002/2003), a criação de William Basinski permitiu-lhe construir uma aura verdadeiramente icónica, fazendo dele um dos mais aclamados nomes da música electrónica ambiental do nosso século.
Basinski subirá a um dos palcos de Extremo na noite do dia 26 de Julho, no final de uma jornada que começa bem cedo, logo ao nascer do sol. O festival acompanha o ciclo do dia, convidando o público a explorar o território e, entre outros momentos, a assistir ao pôr do sol na escadaria da Capela de Santa Maria Madalena da Falperra.
Antes disso, no interior do templo, a artista portuguesa Clothilde apresenta um concerto em formato especial, que reflecte uma residência artística que realizou no território da Falperra em Setembro de 2024, a convite do festival – e da qual resultou um showcase em vídeo publicado online em Janeiro.
Clothilde traz também consigo um novo disco, “Cross Sections”, lançado no final de 2024 pela Holuzan, no qual parece entrar numa nova fase da sua obra, sem perder o lado primitivo da exploração e criação na electrónica que tinha evidenciado em trabalhos anteriores.
ALEXANDRE CENTEIO
O programa de Extremo integra também o trio Gordan, cuja música é difícil de classificar. Este colectivo experimental propõe uma fusão entre as vozes tradicionais dos Balcãs (a histórica Svetlana Spajic, que já colaborou com Marina Abramovic, Anhoni ou Robert Wilson) com feedback e sons gerados electronicamente, conjugados com um baixo vibrante e uma percussão hipnótica, a cargo de Guido Möbius e Andi Stecher, respectivamente.
O cartaz inclui ainda Alexandre Centeio, multi-instrumentista e artista sonoro, que apresenta o seu mais recente álbum, “Silvo”, lançado em 2024 pelo Colectivo Casa Amarela. O disco evoca a sensação de capturar momentos de implosão e sufoco, desafiando a distinção entre harmonia e ruído, prometendo um contraste sublime com o entorno bucólico do monte da Falperra, onde terá lugar o seu concerto.
Pensado para o território de fronteira entre os municípios de Braga e Guimarães, o festival relaciona-se com os edifícios religiosos do monte da Falperra e o seu entorno paisagístico e cultural, diluindo os limites entre territórios, géneros artísticos e entre arte e natureza.
Além das quatro performances agora anunciadas, o programa do festival vai integrar outros concertos, instalações ‘site specific’, oficinas para diferentes públicos e visitas guiadas.
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