Com o almirante a comandar, o processo de vacinação bateu a pala e em marcha acelerada lá vai inoculando português atrás de português, agora sem a indisciplina que no início infectou a campanha anti-pandemia, como aconteceu quando alguém decidiu vacinar os amigos do café da esquina. Mas imprevistos, como se sabe, acontecem, mesmo a almirantes.
Como é de conhecimento público, o almirante Gouveia e Melo, à boa maneira militar, traçou as estratégias e as tácticas que considerou as mais acertadas para derrotar qualquer manobra do inimigo SARS-CoV-2. Só que não contava com o ardil da chuva. Pois, aquela chuva miudinha, chata, típica do clima bracarense.
E esta terça-feira de manhã, os utentes pagaram caro o erro do famoso militar. A tal chuva que ‘molha tolos’ que caía persistentemente obrigou a recorrer ao guarda-chuva; cada utente cada guarda-chuva. Obrigados a ficarem à entrada do Altice Forum Braga, lá se foram acumulando, um mais outro, outros e ainda mais outros, até ao pandemónio (entupimento) geral.
À saída, depois de vacinado, o utente encontrou (ou melhor não encontrou) o seu guarda-chuva perdido entre muitas outras centenas (!). “Se não encontro o meu, levo este que é igual” e “levaram o meu, levo outro” ou “já que estão aqui tantos, pego neste que esqueci o meu em casa” foram as decisões que muitos tomaram para grande dor de cabeça do segurança, incapaz de impor a ordem na desordem.
Todos utentes saíram do Altice vacinados, é certo, mas muitos sem o seu querido chapéu de chuva. Foi o caso do ilustrador e autor de BD Arlindo Fagundes que atravessou meia cidade já com a segunda dose da vacina anti-covid mas sem o seu acessório anti-chuva…
Fernando Gualtieri