A Frente Unitária Antifascista (FUA), com sede em Braga, convocou para esta terça-feira, uma concentração e uma manifestação em solidariedade com George Floyd, com “as vítimas de racismo, de abuso de poder policial e de fascismo” e contra “a violência policial e o crescimento de comportamentos racistas e xenófobos em Portugal”.
As acções, marcadas para as 18h30, realizam-se em duas frentes: em frente do Consulado Geral do Brasil, no Porto, e da Embaixada Americana, em Lisboa.
Além de George Floyd, asfixiado até à morte por agentes de polícia de Minneapolis, os protestos da FUA – que integra o Núcleo Antifascista de Braga-, tem ainda como objectivo lembrar Marielle Franco, Philando Castile, João Pedro, Cláudia Simões, Aléxandros Grigorópulos, Nuno Rodrigues, Ihor Homenyuk, Luís Rodrigues e “todas as vítimas e quem todos os dias sofre de racismo enraizado, violência e brutalidade das forças de segurança e opressão por parte do Estado”.
Em nota ao PressMinho, a FUA afirma que o racismo e a violência “são óbvios nas declarações de Trump e Bolsonaro, que visam classificar a Antifa como organização terrorista, facilitando a perseguição legal por parte do Estado a todos os que se manifestam contra o mesmo e tentando dividir as grandes mobilizações dos seus povos”.
“Infelizmente, estes casos, de claro abuso da força policial contra os cidadãos negros ou racializados, não são isolados nem tão poucos ou tão estatisticamente insignificantes como muitos à direita proclamam ser”, acrescenta aquele colectivo, referindo que “temos vindo a assistir, a vários casos similares, não só lá fora, mas também em Portugal; casos esses, que têm vindo a ser denunciados ao longo dos últimos anos por diversas organizações”.
“A total impunidade face a estes acontecimentos quer da PSP (no caso de Cláudia Simões) quer do SEF (no caso de Ihor Homenyuk) não pode ser deixada passar em claro”, proclamam.
A FUA considera ainda que a crise da pandemia covid-19 e o contexto “sócio-politico global” estão a ser aproveitados para “colocar em vigor medidas autoritárias e persecutórias contra as liberdades universais de todos aqueles que sentem a necessidade de se manifestar contra aquilo que são os regimes autoritários que os governam, como se vê no Brasil, e nos Estados Unidos nos seus ataques declarados à Antifa ou até mesmo, em Espanha e na Polónia”.
Fernando Gualtieri (CP 1200)