A Frente Unitária Antifascista, com sede em Braga, convocou uma nova manifestação para 25 de Julho em Lisboa para denunciar, não só a situação “cada vez mais alarmante do crescimento da extrema-direita em Portugal”, como também a “a falta de vontade política por parte do Governo em combater activamente esta problemática”
A convocatória, apoiada por vários colectivos internacionais, nomeadamente da Galiza, foi divulgada pelo movimento nas redes sociais, apelando a que “todas as pessoas que defendem a liberdade e os valores democráticos” participem contra o “cada vez mais alarmante crescimento da extrema-direita em Portugal”.
Na nota da convocatória, o movimento considera ainda que tem havido “falta de vontade política por parte do Governo, das instituições estatais e até de alguma esquerda parlamentar em combater activamente” os grupos associados à extrema-direita e que a frente considera serem “um perigo real e crescente para o nosso povo e os nossos valores democráticos”.
A Frente Unitária Antifascista, através do Núcleo Antifascista de Braga, justifica a iniciativa com o facto das várias notícias dos últimos dias que dão conta de casos como o dos “37 membros da Hammerskin envolvidos em crimes”.
“Assistimos a reportagens e notícias sobre as ligações destes grupos ao tráfico de armas internacional, ou ainda a artigos que comprovam as denúncias temos vindo a fazer sobre as ligações destes grupos com milícias paramilitares neonazis estrangeiras, sobre o treino militar dos elementos destes grupos, ou também sobre as suas conexões com grupos terroristas”, pode ainda ler-se na nota que critica a cobertura mediática que tem sido feita destes casos.
O movimento exige aos partidos com assento parlamentar, “bem como às instituições que representam os alicerces da democracia, uma tomada de posição inequívoca, no que toca às tentativas de avanço da extrema direita, não pecasse já ela por tardia”.
Conclui a justificação com uma referencia – ainda que não totalmente clara – ao Chega: “o Tribunal Constitucional permitiu a legalização e, consequentemente, eleição de um partido fascista com ligações comprovadas com estes grupos”.
Por estas razões e tendo em conta a urgência da situação, voltaremos às ruas no dia 25 de Julho de 2020 para deixar claro que não deixaremos que o crescimento das forças mais obscuras que o século XX criou ressurja sem resposta”, defende ainda a Frente Unitária Antifascista.
Recorde-se que a 6 de Junho, a frente organizou a primeira manifestação. Foi convocada para junto à embaixada dos EUA, em Lisboa, e em solidariedade com os norte-americanos que protestavam contra o racismo e a violência policial.
Na altura, anunciou também que estava a promover uma série de acções de protesto contra a intenção do Presidente dos EUA, Donald Trump, de classificar o movimento antifascista Antifa como uma organização terrorista.
Fernando Gualtieri (CP1200) com Expresso