A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares assinalou este sábado o Dia Nacional das Pessoas Ciganas com um convite à participação num estudo científico sobre a situação socioeconómica das comunidades ciganas. Já o Presidente da República anuncia que irá receber associações ciganas para planear comemorações do quinto centenário da perseguição aos ciganos portugueses.
Numa mensagem publicada na rede social Twitter, Ana Catarina Mendes, que detém a tutela da Igualdade, saudou “todas as pessoas e comunidades ciganas” e sublinhou que o convite “é também extensível à cerimónia de assinatura do protocolo para a realização deste estudo”, a ter lugar no dia 4 de Julho, às 16h30, na sede do Conselho Económico e Social (CES).
O estudo conta com o envolvimento do CES, da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e do Alto Comissariado para as Migrações.
Foi também através do Twitter que a secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Almeida Rodrigues, vincou que o “Governo está empenhado em prevenir e combater esta discriminação” contra as pessoas ciganas, enaltecendo o papel da Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas, criada em 2003 e que está a ser redesenhada em articulação com estas comunidades.
“A estratégia constitui-se como uma plataforma para o desenvolvimento de uma intervenção alargada e articulada, onde várias áreas governativas, municípios, organizações da sociedade civil, academia, mas, sobretudo, as próprias comunidades ciganas contribuem activamente para a concretização dos objectivos traçados”, disse num vídeo partilhado na conta do Twitter do Ministério dos Assuntos Parlamentares.
Sublinhando a “história, arte e cultura” cigana e o seu lugar na sociedade portuguesa “há mais de 500 anos”, Isabel Almeida Rodrigues considerou existirem “algumas melhorias” na situação destas comunidades, mas reconheceu haver “ainda um longo caminho pela frente para conseguir uma verdadeira igualdade para as ciganas e os ciganos” em Portugal.
“A marginalização persiste e muitas pessoas ciganas continuam expostas à discriminação, ao racismo, à hostilidade e à exclusão socioeconómica na sua vida quotidiana. São ainda muitas as pessoas ciganas que sentem os efeitos persistentes desta hostilidade e que não deixam usufruir dos seus direitos fundamentais”, resumiu, concluindo: “Termos um país mais justo e mais preparado para os desafios do futuro depende de conseguirmos que nenhuma pessoa entre nós se sinta discriminada.”
MARCELO LEMBRA 500 ANOS DE PRESENÇA CIGANA
Através de um comunicado oficial divulgado no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa expressa sua solidariedade à comunidade cigana portuguesa e anuncia que irá receber, na próxima semana, associações ciganas.
O encontro com as associações tem como objectivo planear as comemorações do quinto centenário da perseguição aos ciganos portugueses, que ocorrerá nos anos de 2025 e 2026, como um dever de memória.
De acordo com o Chefe de Estado, esta é uma oportunidade para relembrar o sofrimento e a injustiça vivenciados pelos ciganos portugueses ao longo de cinco séculos, além de celebrar mais de quinhentos anos de vida cigana em Portugal e o seu significativo contributo para a cultura e identidade nacionais.
O Dia Nacional do Cigano também serve como um lembrete e uma conscientização para um Portugal diverso, mais justo e socialmente inclusivo, ressalta o Presidente da República.