A ministra do Ambiente disse esta sexta-feira que estão a ser estudadas várias soluções, que se enquadrem na lei, para resolver o ‘chumbo’ aos projectos solares em duas albufeiras no Parque Nacional Peneda-Gerês. Defendeu que o processo “não foi bem preparado” e endossou a responsabilidade ao anterior Governo.
“O processo nitidamente não foi bem preparado e agora temos de arranjar solução, e não há soluções fáceis”, afirmou a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, em audição na Assembleia da República, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025.
Em causa está o parecer desfavorável da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ao projecto de uma plataforma de produção de energia fotovoltaica flutuante na albufeira de Salamonde, em Vieira do Minho, inserida no Parque Nacional Peneda-Gerês, e ao projecto da Finerge para um equipamento fotovoltaico flutuante na albufeira da barragem de Paradela, em Montalegre
Em resposta a questões da deputada Joana Cordeiro, da IL, a governante disse que estão a ser estudadas várias soluções “que se enquadrem na lei”, para resolver a questão, uma vez que os promotores dos projectos têm a expectativa de os desenvolver.
“Quando abriu esse leilão, não foi, segundo nos dizem, feito o envolvimento necessário das populações, autarcas, da própria APA, que nos diz que não garantiu que ia dar autorização positiva àqueles programas”, disse a ministra.
E apontou o dedo ao anterior Governo: “Tudo resulta de não ter começado com o envolvimento de todos e ser um projecto pacífico para todos”.
O leilão lançado em 2021 previa a exploração de 263 megawatts (MW) de energia solar flutuante em sete barragens do país: Alqueva, Castelo de Bode, Cabril, Alto Rabagão, Vilar-Tabuaço, Paradela e Salamonde.