Os oficiais de Justiça do Tribunal Judicial de Braga fizeram greve esta quarta-feira à tarde, paralisando a maioria das diligências judiciais nesse período, tendo apenas sido realizadas algumas que envolviam arguidos presos.
A greve, que não foi convocada por nenhum dos dois sindicatos do sector, incluiu uma concentração à porta de entrada do edifício, e uma manifestação em que a palavra de ordem foi, precisamente, a de pedir ‘Justiça’.
Em declarações ao PressMinho/O Vilaverdense, Mário Amorim, um dos grevistas explicou que há 24 anos que está na função de escrivão-adjunto, já que os concursos e as promoções, para subir de posto estão paralisados.
“Está aqui ao lado uma colega que há 14 anos que não sai da mesma categoria e que leva 900 euros para casa, o que não dá para as despesas”, salientou, frisando que é hora de o Governo resolver o problema e reconhecer os direitos dos oficiais de justiça.
Disse, ainda, que faltam funcionários na comarca pelo que a administradora-judicial se vê na obrigação de, por exemplo, levar funcionários de Braga para Famalicão ou Guimarães, sempre que tal se impuser: “somos obrigados a aceitar, sem nenhuma compensação”, vincou.
Em 2022 e agora em 2023, os profissionais do sector judicial, têm vindo a exigir mais contratações, descongelamento das progressões nas carreiras e a inclusão no vencimento do suplemento de recuperação processual, neste caso, com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2021, para o pagamento de 14 prestações anuais.
Esta quarta-feira, e com a greve, não se realizaram dois julgamentos tidos como “importantes”, o da extinta Associação Industrial do Minho – que decorre em Barcelos – e um outro em que uma advogada de Braga vai ser julgada por burla a clientes.
Luís Moreira (CP 7839)