Depois de dois adiamentos motivados pela pandemia da covid-19, o Tribunal de Braga foi, esta quarta-feira, forçado a adiar, de novo, o julgamento de dois homens, de Braga, Jaime Montolha e Rodrigo Silva por roubo, sequestro e posse ilegal de arma.
O adiamento ficou a dever-se à greve dos guardas prisionais, a qual envolve nomeadamente a realização de diligências, neste caso o transporte dos dois arguidos, ambos em prisão preventiva, ainda que por causa de outros processos.
Conforme o PressMinho/O Vilaverdense então noticiou, a acusação diz que a vítima foi comprar droga para fumar um charro a um apartamento do bairro social de Santa Tecla e acabou roubado e sequestrado pelos dois arguidos.
O caso ocorreu em Janeiro de 2020. O consumidor, de nome José Manuel, pediu a um amigo que lhe indicasse um sítio para adquirir haxixe. Foi ao rés-do-chão do Bloco 3 do Bairro e entrou. Feita a transacção, ao prontificar-se para pagar, exibiu um maço de notas, 700 euros ao todo.
…DE CAÇADEIRA
Aí, diz a acusação do Ministério Público, o Jaime pegou numa caçadeira com dois canos e apontou-lha, dizendo “estou a ficar tolo!”. Ao que o ameaçado respondeu: “Tira isso, irmão!”, pedido que não surtiu efeito, já que os dois lhe exigiram a entrega do dinheiro, ao que acedeu por temer pela vida.
De seguida, tiraram-lhe a carteira e um cartão multibanco, obrigando-o a revelar o ‘pin’ de acesso. O Rodrigo foi, então, a uma caixa bancária, numa gasolineira da zona, levantou 100 euros e ainda tentou retirar mais 20, mas a conta não teve saldo. Entrou, depois, na loja de conveniência e fez compras de 7, 35 euros.
O José Manuel ficou sequestrado no apartamento, sob ameaça de um martelo e de uma faca. A dupla ainda tentou sacar-lhe um outro cartão multibanco, mas este também não tinha saldo.
Mais de 24 horas depois, pelas 04h00 da madrugada do dia seguinte, a vítima conseguiu fugir, por ter concluído que os dois estavam distraídos noutra sala.
Seguiu-se uma rusga da PSP que, além da caçadeira, apreendeu uma pistola modificada. Daí que o Jaime esteja, também, acusado de posse ilegal de armas.
Os dois arguidos ficaram presos preventivamente, um em Braga e outro em Leiria.
A investigação foi da PJ/Braga.
Luís Moreira (CP 7839 A)