É tudo mentira”. É assim que um grupo de credores da Britalar classifica o PER-Plano Especial de Revitalização que a Britalar, de António Salvador, propõe aos seus 650 credores a quem deve 44,9 milhões de euros.
O conhecido empresário tem vindo a garantir que não quer enganar as empresas credoras e que a sua intenção é a de pagar a toda a gente, a médio prazo.
O grupo, que se intitula do “Calote”, diz que o documento está “cheio de falsidades”, posto que, quer os bens que indica como sendo propriedade da Britalar, quer as obras em curso não são verdadeiros. Isto, porque os bens imobiliários estão hipotecados e as obras acabaram.
O “Calote”, onde pontificam as firmas Serralharia Cunha, Vidraria S. Miguel, FOC, Cruz & Cruz e Flosel, mandou esta segunda-feira um documento pedindo o chumbo do PER, a Maria Clarisse Barros, administradora judicial nomeada pelo Tribunal de Famalicão.
Estes credores, querem que a administradora distribua o documento aos restantes e ao juiz titular do processo e requerem a reprovação do Plano, por, alegadamente, estar recheado de dados falsos.
Pedem a insolvência da firma, e a reversão dos negócios e da venda de bens feitos nos últimos anos pelo proprietário, António Salvador Rodrigues. Entre estas estão três vivendas que valerão 4,5 milhões de euros, em Braga, no Algarve e em Esposende, e a concessionária do estacionamento em Braga, a ESSE.
Querem, ainda, que sejam esclarecidos os negócios com várias empresas de Salvador (ou de familiares), e ainda, a compra por 3,5 milhões de um terreno para o Hotel Meliã.
A Britalar meteu um PER no Tribunal de Famalicão, o segundo, depois de nada ter conseguido pagar quando o primeiro foi aprovado em 2014. Este foi aprovado com o compromisso de compra pelo fundo bancário Vallis, mas este consórcio bancário não avançou por ter detetado contas “inexatas” na Britalar em Moçambique e também nas da sede, em Braga.
A proposta do PER encontra-se em fase de apresentação aos credores, devendo ser votada até final de Fevereiro. Para esta segunda-feira estava marcada uma reunião com credores na sede da firma na Avenida da Liberdade. A Britalar quer pagar 34 milhões em 150 prestações.
PressMinho