No âmbito do Plano Municipal para a Igualdade de Género, decorreu esta quarta-feira, no Salão Nobre dos Paços do concelho, o worskshop ‘História e Cultura Cigana’, em parceria com o Projecto CigaGiro, promovido pela Cruz Vermelha Portuguesa e pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Vila Verde.
Durante a sessão, um grupo de jovens ciganos, orientados pelo formador de Cultura Cigana, Bruno Gomes, apresentaram alguns testemunhos acerca da sua cultura e identidade. Num primeiro momento inicial explicada a origem da cultura e história cigana, a sua entrada em território português na idade média e, ainda, o desenvolvimento da língua com o passar dos séculos.
TRADIÇÕES E CULTURA EM DISCUSSÃO
O casamento foi o assunto que mais atenção despertou na plateia, que colocou várias perguntas e viu serem desvendados alguns mitos relacionados com a temática. Segundo a jovem cigana Carina Ximenes, “o casamento cigano agora é só um dia, porque não há condições financeiras para ser mais dias, como antigamente”.
A morte de familiares e o consequente luto, o vestuário, a alimentação, o emprego e os hábitos do dia-a-dia foram outros temas abordados. Bruno Gomes explicou que “na altura do luto, além de termos de andar vestidos de preto integral, é proibido beber álcool, comer carne ou participar em festas”.
A sessão ficou ainda marcada pelo interesse da audiência, que se mostrou entusiasmada com as explicações dadas e teceu elogios aos jovens e à forma como conseguiram explicar de forma clara e sucinta todas as questões.
PROJECTOS
Em 2017, no âmbito do projecto (Re) Escrever o Nosso Bairro, com o apoio da Câmara Municipal de Braga, nasceu o Grupo de Jovens Activos Ciganos de Braga, que tem vindo a desenvolver momentos de reflexão e promoção de respostas para as suas necessidades e problemas. Deste Grupo de Jovens Activos Ciganos fazem parte os cinco jovens ciganos vilaverdenses que participaram no workshop.
Em 2018, no âmbito do Fundo de Apoio à Estratégia Nacional para a integração das Comunidades Ciganas: “Das Origens ao Porvir”, financiado pelo ACM I.P., este mesmo grupo inicia uma acção de formação para alargar os seus conhecimentos e as suas competências de organização e transmissão de informação relativamente à sua história e cultura.