O Hospital de Guimarães fez pela primeira vez uma excisão de lesões mamárias recorrendo a uma técnica minimamente invasiva, rápida, com uma incisão reduzida e que não necessita de sutura nem de internamento, anunciou esta terça-feira aquela unidade hospitalar.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o Hospital de Guimarães explica que o procedimento, denominado de Breast Lesion Excision System, é realizado pelo médico radiologista de intervenção, sob controlo por ecografia ou mamografia, no Serviço de Imagiologia, sendo uma técnica que “ainda não está a ser aplicada de forma rotineira em hospitais portugueses”.
No Hospital de Guimarães, explana o texto, nos últimos três anos foi realizada uma média anual de 115 cirurgias para aquele tipo de lesões, pelo que a nova técnica, acredita aquela unidade hospitalar, “pode reduzir boa parte destas intervenções, promovendo a redução da lista de espera e gerando poupança e eficiência”.
Segundo explica o texto, “após anestesia local da pele e em torno do nódulo, é introduzida uma sonda até à lesão. Pressionando um botão, faz-se sair da extremidade dessa sonda, cinco dentes que encapsulam a lesão e, através da emissão de ondas de radiofrequência, a removem ao mesmo tempo em que é feita uma coagulação imediata. Após dez segundos, retira-se a sonda e, simultaneamente, a lesão”.
A técnica Breast Lesion Excision System apresenta várias vantagens: “Fácil acessibilidade (não necessita de sala de bloco operatório nem apoio de médico anestesista), boa tolerância da doente apenas com anestesia local, a incisão reduzida da pele (apenas seis milímetros), sem necessidade de sutura, a rapidez da técnica (no total cerca de 30 minutos) e a possibilidade de a doente poder abandonar o hospital logo após o procedimento e, de seguida, retomar a sua vida normal”, enumera o comunicado.
O hospital refere ainda que os “efeitos secundários são comparáveis aos de uma biopsia convencional, incluindo possibilidade de hematoma e/ou dor local, geralmente minimizados com a aplicação de gelo, mas na maioria dos casos estas complicações não se verificam”.
No texto, a médica radiologista de intervenção do Hospital de Guimarães, Teresa Dionísio, sublinha que “esta técnica minimamente invasiva está formalmente aceite na remoção de lesões até dois centímetros, de natureza benigna ou pré-maligna”.
Segundo a clínica, “em lesões com aspecto imagiológico suspeito e não biopsiadas previamente, marca-se o local da lesão com um clip metálico, permitindo posteriormente reconhecer a sua topografia para a eventualidade de terapêuticas adicionais serem necessárias”.
As primeiras doentes submetidas a este procedimento já foram entretanto reavaliadas, quatro dias depois, não se tendo verificado quaisquer complicações.