Desfiles do 1.º de Maio um pouco por todo o mundo registaram incidentes como 210 pessoas detidas em Istambul, tinta arremessada a um eurodeputado francês, greve nos transportes em Atenas e 30 feridos na Alemanha num acidente com um carro alegórico. Gaza marcou a quase totalidade dos desfiles.
Na Grécia, as manifestações do Dia do Trabalhador em Atenas ficaram marcadas por perturbações nos transportes urbanos e marítimos devido a uma greve enquanto mais de duas mil pessoas se manifestaram nas ruas.
Os ferries que operam entre a Grécia continental e as ilhas dos mares Egeu e Jónico permaneceram hoje atracados, enquanto o metro, os autocarros e eléctricos em Atenas sofreram paragens de trabalho.
A polícia turca deteve 210 pessoas em Istambul no âmbito dos protestos do Dia do Trabalhador, recorrendo a gás lacrimogéneo para dispersar um grupo de manifestantes que tentou romper um cordão policial próximo da praça Taksim.
As autoridades pediram aos manifestantes que evitassem qualquer acção que pudesse violar a ordem pública, tendo estes arremessado garrafas de plástico e outros objectos contra as forças de segurança, de acordo com relatos da televisão NTV.
O eurodeputado francês Raphael Glucksmann, que encabeça a lista socialista gaulesa às eleições europeias, foi esta quarta-feira impedido de participar num desfile do 1.º de Maio, depois de dezenas de activistas lhe terem atirado tinta e gritado insultos.
Segundo presenciou um jornalista da AFP, Glucksmann e a sua comitiva, que se tinham deslocado à cidade de Saint-Etienne (centro-leste de França) para se juntarem ao cortejo que celebrava o Dia Internacional do Trabalhador, foram atacados por cerca de cinquenta pessoas que, assim que chegaram, lhes atiraram tinta e gritaram insultos como “Glucksmann, desaparece” e “A Palestina viverá”.
Denunciando a acção de “cerca de cinquenta energúmenos”, alguns dos quais pertencentes ao partido radical de esquerda La France Insoumise (LFI), o eurodeputado, que tinha manchas de tinta verde na testa e de tinta vermelha no casaco, decidiu não se juntar à manifestação.
O primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, condenou imediatamente os actos de violência, referindo que a política pode, por vezes, “ser uma luta no sentido nobre do termo, mas deve ser sempre conduzida com respeito pela integridade dos indivíduos”.
Também o líder do LFI, Jean-Luc Mélenchon, “desaprovou totalmente” as acções, que foram parcialmente atribuídas a activistas do seu partido, afirmando que a acção “constitui uma manobra de diversão mediática contra o 1.º de Maio e um papel de vítima para Glucksmann, que se aproveita da situação” para os acusar.
Na Alemanha, cerca de 30 pessoas ficaram feridas quando um carro alegórico do desfile do 1.º de Maio se virou perto da cidade alemã de Freiburg im Breisgau (sudoeste), informou a polícia local.
A carruagem, um reboque puxado por um tractor, “tombou de lado” quando o condutor do veículo fazia uma curva à esquerda, indicou em comunicado, adiantando que “cerca de trinta pessoas” ficaram feridas no acidente, das quais “dez com gravidade”, segundo a polícia.
As vítimas foram tratadas por “numerosas forças de socorro, incluindo vários helicópteros de salvamento, nomeadamente da vizinha Suíça”, declarou a polícia.
Na Tunísia, mais de 2.500 activistas da UGTT, a maior central sindical, manifestaram-se no centro de Tunes, para assinalar o 1.º de Maio, em defesa do “diálogo social e dos direitos sindicais”.
“Trabalho, liberdade, dignidade nacional”, gritavam os activistas, que se reuniram primeiro no pátio de uma sede recentemente renovada, antes de marcharem ao longo da principal via da capital, a avenida Bourguiba.
De acordo com a polícia, havia cerca de 2.500 manifestantes e pelo menos 3.500, segundo os organizadores.
Com agências e Jornal Económico