“Inconsequente e totalmente irreflectida”. É assim que o presidente da Concelhia de Braga do CDS considera a decisão da Associação Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) de deslocar do aeródromo de Palmeira para Famalicão de um helicóptero de combate a fogos florestais a pretexto da prática de paraquedismo no Aeródromo. “Um devaneio”, atira Altino Bessa.
“É inconcebível que na véspera da entrada em funções do Dispositivo Municipal de Vigilância e 1.ª Intervenção, se decida, à margem do que tinha sido inicialmente planeado, deslocar um meio aéreo de combate a incêndios da cidade de Braga para Famalicão”, começa por escrever Altino Bessa em nota ao PressMinho.
O líder centrista, e vereador responsável pela Protecção Civil da autarquia bracarense, junta-se a Ricardo Rio, presidente de município que manifestou “enorme perplexidade”, e denunciando ao que chama de “algum aventureirismo” na forma como são geridos recursos “e não são cumpridos os meios de planeamento e, de um momento para outro (…) ao arrepio do que tinha sido inicialmente planeado, deslocar um meio aéreo de combate a incêndios da cidade de Braga para Famalicão”.
Bessa vai mais longe. Fala mesmo em “irresponsabilidade deliberada”, realçando que “não foi dado qualquer conhecimento prévio nem qualquer explicação para a alteração de planos ao município de Braga”.
“Esta série de acontecimentos à ‘revelia’ da estrutura que ia acolher o meio aéreo só demonstra insensatez, incoerência e desnorte”, afirma, adiantando que a Câmara “teve conhecimento oficial desta alteração de planos a menos de 12 horas do início da operação”. “Perante estes factos só me apraz dizer que muita coisa vai mal neste país.”
O líder dos centristas e responsável da Protecção Civil bracarenses não pouco críticas ao Governo, em particular ao Ministério da Administração Interna.
“Após uma decisão atabalhoada e sem fundamento, qual não é o nosso espanto quando nos deparamos com a recente justificação da ANEPC. Dizem que Braga não terá o helicóptero ligeiro para combater incêndios porque a actividade de paraquedismo, ‘compromete o tempo de resposta’ do ataque inicial”, diz. “Um devaneio”, atira. “
Em nenhum momento de articulação entre o município de Braga e a ANPC surgiu esta questão como possível impedimento”, assegura.
“Toda esta conjuntura de decisões e fundamentações mal sustentadas nos faz ‘tremer’ porque põe em causa a segurança do território”, frisa, acrescentando que “uma decisão totalmente irresponsável” pode, nomeadamente, dificultar o combate a incêndios no Parque Nacional da Peneda-Gerês.
“A Comissão Política do CDS solicita ao Ministério da Administração Interna que tenha uma postura de seriedade e coerência no sentido de esclarecer toda esta ‘montagem’”, remata Altino Bessa.
Fernando Gualtieri (CP 7889)