O primeiro-ministro alertou esta quarta-feira para o risco de a integração da Ucrânia, se não forem tomadas decisões consequentes, poder significar “não um reforço da União Europeia, mas a sua implosão” e até “uma armadilha” para este país.
O tema da Ucrânia foi levado ao debate parlamentar sobre política geral pelo deputado único do Livre, Rui Tavares, apesar de logo a seguir a esta discussão se realizar um debate preparatório do Conselho Europeu, que terá como tema central a discussão da concessão do estatuto de candidato à Ucrânia e à Moldova.
Rui Tavares questionou qual o plano de Portugal para um novo modelo de desenvolvimento para o país, perante a perspectiva de um alargamento europeu.
O primeiro-ministro começou por responder que, desde a primeira hora, Portugal tem defendido que “estas adesões têm de ser levadas a sério” para não se criarem “falsas expectativas que sejam inconsequentes”.
“Mas para serem levadas a sério e serem consequentes, a União Europeia precisa de uma nova arquitectura institucional e orçamental sob pena de esta integração não ser um reforço da União Europeia, mas a sua implosão, não um apoio à Ucrânia, mas uma armadilha para a Ucrânia”, alertou.
Costa recordou que, na sexta-feira, recebeu todos os partidos com assento parlamentar a propósito deste Conselho Europeu e, no final, e perante uma posição favorável “quase unânime” de todas as forças políticas (o PCP defendeu que a prioridade deve ser “o diálogo” e o “esforço para a paz”), anunciou que Portugal irá acompanhar o parecer da Comissão Europeia para que seja concedido à Ucrânia e à Moldova o estatuto de países candidatos à União Europeia.
O deputado Rui Tavares centrou toda a sua intervenção neste tema, referindo que se “daqui a dez anos a Ucrânia e os Balcãs ocidentais” tiverem entrado na União Europeia, “acabou-se a conversa da cauda da Europa”.
“Portugal estará firmemente não na cauda, mas nas costas da UE (…) Mas mudará zero na pressão dos nossos jovens para emigrar, não teremos sido nós a convergir com a média, teria sido a média a regredir”, apontou, desafiando António Costa a debater, com urgência, o modelo de desenvolvimento de Portugal.
Na resposta, o primeiro-ministro assegurou que a convergência será um objectivo a prosseguir, mas ressalvou que o ciclo de divergência com a União Europeia “terminou em 2016”.
“Ao longo dos últimos seis anos o PIB português aumentou cerca de 20%. Portugal cresceu, não empobreceu ao contrário do que a direita gosta de dizer”, apontou.
Com MadreMedia