Vítor de Sousa, do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho, acaba de vencer o Prémio Científico Mário Quartin Graça, na categoria de ‘Ciências Sociais e Humanas’, pela sua tese de doutoramento ‘Da ‘portugalidade’ à lusofonia’.
O galardão, no valor de cinco mil euros, foi atribuído pela Casa da América Latina e pelo Santander Totta à melhor tese doutoral na área realizada em universidades de Portugal e da América Latina nos últimos três anos. A entrega do prémio realiza-se em meados de novembro, em Lisboa.
A Reitoria salienta que o trabalho de Vítor de Sousa analisou o conceito de ‘portugalidade’ forjado nos anos 1950 e 1960, no período do Estado Novo, dissociando-o da ideia de lusofonia e no modo como aquele conceito tem repercussão nas políticas de globalização atuais. O estudo foi orientado por Moisés de Lemos Martins, diretor do CECS e professor catedrático do Departamento de Ciências da Comunicação da UMinho.
“É um prémio importante para mim, porque tem um espectro internacional (América Latina e Portugal) e porque reitera o trabalho que desenvolvi ao longo de vários anos sobre a ‘portugalidade’, numa verdadeira obsessão. É um tema polémico, assente na desconstrução dos essencialismos que estiveram na base da criação da palavra, já que mexe com a problemática da identidade”, justifica Vítor de Sousa.
O autor sublinha ainda que o galardão “é um incentivo para a área das Ciências Sociais e Humanas, evidenciando a necessidade de promover o espírito crítico e a desconstrução, numa altura em que a sociedade privilegia os consensos”.
Vítor de Sousa nasceu em 1967 no Porto e viveu em Penafiel, residindo atualmente em Braga. Fez a licenciatura, o mestrado e o doutoramento em Ciências da Comunicação na UMinho. Foi jornalista (1986-97), assessor de imprensa (1997-2005) e é gestor de ciência e tecnologia no CECS, no qual integra também o grupo de investigação de Estudos Culturais.
Luís Moreira (CP 8078)