Cláudia Suellen Oliveira, investigadora luso-brasileira da Universidade do Minho (UMinh) e bolseira da Fundação para a Ciência e para a Tecnologia, desenvolveu um estudo que “abre novas perspectivas no combate e tratamento do cancro colorretal”, patologia que regista enorme incidência em Portugal e em particular no interior do país, em grande parte devido aos hábitos alimentares da população.
Denominado ‘Investigação dos mecanismos envolvidos na morte celular induzida pelo acetato no cancro colorretal’, foi feito, durante quatro anos, no laboratório de Biologia animal da UMinho e foi objecto, sexta-feira, da tese de doutoramento da autora, no Instituto de Ciências Biomédicas Professor Abel Salazar da Universidade do Porto, que foi aprovada por unanimidade e distinção.
A cientista adiantou ao PressMinho que “o composto testado na investigação, que incidiu sobre duas linhas de células de cancro colorretal, que apresentam enormes mutações, (dificultando dessa forma os tratamentos de pacientes com cancro colorretal), induz a morte em células de cancro colorretal, aumentando assim as perspectivas de sucesso dos tratamentos e, consequentemente a esperança de vida dos pacientes”. Este composto também pode ser utilizado ao nível da prevenção do cancro colorretal, se incluído em derivados do leite.
A nova doutora concluiu que há bactérias, entre as quais as ‘Propionibactérias’ que produzem acetato, ( ácido gordo de cadeia curta) no intestino humano de pessoas saudáveis, mas que, em pessoas que padecem de cancro colorretal, deixam de fazer parte da composição da microbiota do intestino.
«Uma vez que se comprovou que o acetato produzido pela bactéria provoca morte celular em células de cancro colorretal, uma das alternativas para o tratamento de pacientes com cancro colorretal passará por reintroduzir a bactéria no intestino, através de produtos derivados do leite», explica.
Cláudia Suellen Oliveira, agora doutorada em Patologia e Genética Molecular pela Universidade do Porto, é licenciada em Biologia pela Universidade Estadual do Ceará (2007) e é Mestre em Doenças Tropicais pela Universidade Federal do Pará no Brasil (2009).
Luís Moreira (CP 8078)