Uma equipa de investigadores da Universidade do Minho (UMinho) concluiu que o aumento benigno da próstata tem origem na falta do neurotransmissor serotonina, apontando os resultados para “novos alvos terapêuticos” no tratamento daquela doença, anunciou hoje a academia.
Em comunicado enviado à Lusa, a UMinho realça a importância da descoberta do grupo de investigadores do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), em parceria com cientistas do Centro Max Delbrück de Medicina Molecular (Alemanha), explicando que “é a primeira vez que se percebe a origem desta doença, chamada hiperplasia benigna da próstata”, que afecta mais de um terço dos homens a partir dos 60 anos.
O estudo, publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature, aponta que “o aumento benigno da próstata deve-se à falta do neurotransmissor serotonina, dificultando o fluxo da urina e o esvaziamento da bexiga”.
Os investigadores do ICVS, explana o texto, “analisaram modelos animais e linhas celulares e perceberam que a presença de serotonina inibe o crescimento benigno da próstata” e que “isso sucede porque se diminui a expressão do recetor de hormonas sexuais masculinas, como a testosterona”.
Os resultados, salienta o texto, “apontam para novos alvos terapêuticos nesta doença, nomeadamente a aplicação de fármacos que activem o receptor da serotonina, inibindo o crescimento benigno da próstata”.
A experiência com ratinhos demonstrou que, ao ser-lhes retirada a serotonina, a próstata aumentava de tamanho.
O estudo foi realizado por Emanuel Carvalho-Dias, Alice Miranda, Olga Martinho, Paulo Mota, Ângela Costa, Cristina Nogueira-Silva, Rute S. Moura, Riccardo Autorino, Estêvão Lima e Jorge Correia-Pinto, todos do ICVS e Escola de Medicina da UMinho, sendo alguns deles também do Hospital de Braga.