O presidente da Câmara Municipal de Guimarães, no papel de artesão oleiro, fez as honras da histórica casa de artes e ofícios na zona da Cruz de Pedra, produzindo e assinando a primeira obra em barro.
Acompanhado por Paulo Lopes Silva, vereador e presidente da direcção de A Oficina, Domingos Bragança assinalava deste modo a abertura ao público de Centro de Artes e Ofícios dos Fornos da Cruz de Pedra, com os primeiros visitantes a descobrir “um outro olhar” sobre património industrial do concelho vimaranense.
Para Domingos Bragança, a requalificação dos Fornos da Cruz de Pedra “foi tão bem conseguida que só por si vale a visita. É um edifício e um espaço lindíssimo, cheio de memórias da olaria e da cantarinha dos namorados”.
O novo Centro é também um elo entre a comunidade e as tradições locais, com um museu interpretativo que conta a história não só da olaria como também dos vários ofícios que predominaram na região, como os curtumes, as cutelarias ou os têxteis.
O autarca partilhou o seu desejo de ver o espaço como um local de comunidade, insistindo no convite aos vimaranenses, em especial aos alunos das escolas, “a terem a experiência de meter as mãos no barro” e a serem “oleiros por um dia”.
Escolas e IPPSS locais fizeram uma visita ao novo Centro de Artes e Ofícios dos Fornos da Cruz de Pedra, cujo objectivo é reavivar memórias das pequenas indústrias que formavam a base do tecido industrial do norte de Portugal.
Em Guimarães, esses pequenos polos produtivos eram cruciais para a economia local e contribuíram com o seu “saber-fazer” para a industrialização.
Paulo Lopes Silva, vereador responsável pelas pastas do Turismo e da Cultura, destaca que “este poderá bem ser um ponto de partida para o novo roteiro do Turismo Industrial de Guimarães”, lançado em Junho passado.
Para Paulo Lopes Silva, “esta exposição mostra muito para lá daquilo que é a olaria e o artesanato em Guimarães”, evidenciando um trabalho profundo de protecção e promoção do artesanato e dos mesteres tradicionais, que se vê reflectido nas certificações dos Bordados de Guimarães e da Cantarinha dos Namorados.
Este novo espaço de cultura e tradição de Guimarães conta com diversos espaços para a concepção de produtos tradicionais, utilizando técnicas antigas, parte delas conservadas pelo nome maior da olaria vimaranense, o mestre Joaquim Oliveira, que dá nome a uma das salas desta destacada obra de reabilitação urbana, numa das zonas com mais história neste tipo de artesanato da cidade.
O Centro de Artes e Ofícios dos Fornos da Cruz de Pedra encontra-se agora sob a gestão da cooperativa A Oficina e está aberto ao público de forma gratuita até ao dia 31 de Dezembro. Várias instituições de ensino e de solidariedade social serão também desafiadas a visitar e trabalhar com os mestres e artistas que estarão em processos de residência artística.