O eurodeputado José Manuel Fernandes defende a adopção de ‘Um passe Interrail para a Europa aos 18 anos’. Na óptica do vilaverdense, a medida irá favorecer a identidade europeia, a coesão social e a economia. “E ajudará a combater populismo eurocéptico”, acrescenta.
Na prática, sai em defesa de um novo programa europeu que permita a todos os jovens europeus, aos 18 anos de idade, viajarem gratuitamente de comboio entre diferentes países da União Europeia.
“Através de um passe gratuito para a rede ferroviária, pretende-se incentivar os jovens a conhecerem e ficarem melhor informados sobre a realidade europeia, podendo assim contrariar o populismo eurocéptico, favorecer a coesão social e tornar mais competitiva a economia europeia”, justifica José Manuel Fernandes.
Numa acção conjunta com o alemão e presidente do grupo do PPE, Manfred Weber, e o colega holandês Wim van de Camp, José Manuel Fernandes interpelou a Comissão quanto à oportunidade e importância do lançamento deste novo programa intitulado ‘Um passe Interrail para a Europa aos 18 anos’.
“A diversidade da União é uma riqueza que importa valorizar. Para tal, é necessário, em primeiro lugar, conhecê-la. Esta é uma oportunidade para os jovens reforçarem o contacto entre as diferentes culturas, e para melhor compreenderem a realidade europeia. Facilita a integração, a inclusão, e ajuda à emancipação dos jovens. A mobilidade ajuda à economia e permite aprofundar o sentimento de pertença a este espaço comum”, sustentou José Manuel Fernandes, na intervenção em plenário do Parlamento Europeu em Estrasburgo, na defesa do programa.
Considerando que as instituições europeias estão agora na revisão do actual Quadro Financeiro Plurianual, o eurodeputado do PSD e coordenador do PPE na comissão dos orçamentos considera que este “é um momento chave para destinar os montantes adequados para que o novo programa arranque”. Nesse sentido, espera que a Comissão e os Estados Membros sejam favoráveis à iniciativa.
Numa intervenção em que reiterou que “a juventude tem de ser a prioridade da EU”, José Manuel Fernandes explicou que o novo programa “não dá emprego aos jovens, mas alarga horizontes, ajuda a reforçar a cidadania europeia e torna a UE mais forte, unida e solidária. É com o empenho dos jovens que continuaremos a ter a maior economia do planeta, o estado social, e a liberdade, democracia, inclusão e tolerância”.
Este programa deverá dar a todos os jovens, independentemente da sua origem social e das suas habilitações académicas, a oportunidade de descobrirem a diversidade da Europa e de promover as viagens Interrail como uma forma pragmática de reduzir a pegada de carbono da Europa.
Por outro lado, seria uma forma de rentabilizar e incentivar os cidadãos a utilizarem as infraestruturas rodoviárias, área onde a UE já fez grandes investimentos – sendo que em alguns Estados-Membros representam até 30% do investimento total.
Espera-se que os fundos destinados ao setor ferroviário venham a aumentar, passando de 23,4 mil milhões para 29,9 mil milhões de euros no período 2014-2020, fazendo da rede Interrail um exemplo de sucesso europeu para os cidadãos.
A criação do ‘Passe Interrail para a Europa aos 18 anos’ deverá concretizar-se em estreita cooperação com as empresas ferroviárias e os Estados-Membros.
Para os cidadãos residentes em países que não fazem parte da rede Interrail (Estónia, Letónia, Lituânia, Chipre e Malta), o programa deverá cobrir os custos de outros meios de transporte utilizados para chegar ao território do Estado-Membro da rede mais próximo, nomeadamente o autocarro ou o ferry.