A barra de Esposende é uma das mais perigosas do país, é frequentemente assoreada, tendo já provocado vários acidentes com embarcações que a tentam atravessar e ao encerramento durante muitos dias do ano. Este é o retrato que o bloquista José Maria Cardoso faz da foz do Cávado.
Face a este cenário, o deputado do Bloco de Esquerda (BE), eleito pelo circulo de Braga, questionou o ministro do Mar se, “passado mais de um ano” da aprovação de uma resolução no Parlamento, o Governo “vai finalmente disponibilizar verba orçamental para resolver os problemas de navegabilidade da barra de Esposende para que os pescadores possam sair em segurança para o mar”.
Afirmando que, apesar de “em muitos dias” se apresentarem condições climatéricas adequadas para a pesca, “os pescadores não conseguem sair para o mar, ficando impedidos de trabalhar e de ter acesso às capturas de pescado a que têm direito”, José Maria Cardoso lembra ao ministro Ricardo Serrão Santos que o assoreamento da barra “é um problema que persiste há décadas”.
“Decorre não só da inacção dos sucessivos governos, incluindo o actual, mas também da intensa dinâmica sedimentar da costa portuguesa”, pelo que, sustenta, “é por isso natural que sejam necessárias dragagens recorrentes e que salvaguardem os valores ambientais”.
O parlamentar do BE acrescenta que “não se compreende, por isso, a concessão sistemática dos serviços de dragagens a privados que lucram milhões de euros com a necessidade frequente de dragagens no país e que poderão não ter as mesmas preocupações ambientais que o Estado deve ter”.
Por isso, “o Bloco de Esquerda entende que a resposta para esta problema é óbvia: é necessária a criação de uma empresa pública de dragagens”.
José Maria Cardoso recorda que em Julho de 2019, foi publicada uma Resolução da Assembleia da República que recomenda ao Governo que “mobilize os recursos financeiros necessários para proceder à execução das medidas necessárias para garantir a melhoria das condições da Barra de Esposende”.
Fernando Gualtieri (CP 7889 A)