Uma estudante universitária vai ter de cumprir sete anos e nove meses de prisão efectiva, depois de durante dois anos ter perseguido uma colega no ISCSP (Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas), em Lisboa, com contornos obsessivos e implacáveis, relata esta terça-feira o Jornal de Notícias.
Joana F. de 28 anos utilizou plataformas online para humilhar e destruir a reputação da vítima, espalhando falsidades de teor sexual, como fotomontagens: perfis falsos na rede social ‘Instagram’ ou no ‘Tinder’, com o email verdadeiro das vítimas, e mensagens de teor sexual.
Enviou milhares de mensagens com insultos e mentiras à vítima – também aos familiares, às amigas e até aos namorados das amigas. Inventava pretensas relações sexuais, e enviava conteúdos semelhantes para escolas e entidades da terra natal da vítima, um pequeno concelho do interior do país.
ENCOMENDAS EM SEX SHOPS
Chegou a anunciar em sites de serviços de acompanhantes. Através do email da vítima, realizou encomendas falsas em sex shops, lojas virtuais de beleza e pizzarias.
Joana F. marcou consultas falsas em hospitais e clínicas em cirurgia plástica, além de solicitar exames médicos – respondeu a anúncios de empresas em nome da vítima a quem tentou mudar a palavra passe numa dezena de serviços online. Chegou mesmo a simular a morte da colega, elaborando um obituário. “
É com tristeza nos nossos corações que informamos que a nossa estimada colega do ISCSP faleceu perdendo a batalha para uma infecção […] Partilhem”, frisou.
A arguida foi condenada por perseguição, falsidade informática e denuncia caluniosa. No entanto, foram extintos, devido a amnistia papal, um total de 75 infracções de injúria, difamação, perturbação da vida privada, ameaça, gravação de fotografia ilícita, acesso indevido, denuncia caluniosa e simulação de crimes.
Com Executive Digest