O alegado homicida nasceu e residia nos Arcos de Valdevez. Aos 19 anos, o jovem André Jordão Araújo Vieira, de 20 anos, dos Arcos de Valdevez, envolveu-se numa relação amorosa com outro rapaz, que acabou por matar, supostamente após ter protagonizado uma cena de ciúmes.
O André acaba de ser acusado pelo Ministério Público do Porto de matar o namorado, em julho de 2018, no Porto, dando-lhe várias facadas no peito e nas costas!
O alegado homicida está em prisão preventiva na cadeia do Porto e foi, agora, acusado pelo Ministério Público do crime de homicídio qualificado.
O JN adianta esta segunda-feira que as facadas que vitimaram Miguel António Correia Ribeiro, também com 19 anos, foram dadas a 19 de julho, pelas 4h50, dentro do apartamento da vítima, na Rua Fernandes Tomás, após uma discussão violenta entre os dois.
O Miguel deu ordem da saída de sua casa ao André, este não aceitou e reagiu mal, dando-lhe uma primeira facada no peito. O agredido tentou fugir para o patamar do prédio, mas o André perseguiu-o e desferiu-lhe quatro outras facadas, com uma faca de cozinha com uma lâmina de 8 centímetros, no peito e nas costas, prostrando-o.
Abandonou, então, o local, deixando o ‘amigo’ caído no chão das escadas, a sangrar. Este, ainda, teve forças para sair para a rua, para tentar pedir ajuda, mas caiu na faixa de rodagem, à porta de casa, com o telemóvel na mão, aí dando os últimos suspiros. A porta do apartamento estava aberta e as escadas salpicadas de sangue.
A autópsia concluiu que a causa da morte foram as feridas profundas que atingiram o abdomen e o tórax.
ABANDONOU VÍTIMA
De seguida, o alegado autor do crime telefonou a dois amigos, com quem antes ambos tinham estado, foi ter com eles à Avenida dos Aliados e disse-lhes que o Miguel o tentara esfaquear, sem referir que o atingira e abandonara à sua sorte.
O corpo do jovem foi encontrado pelas 5h30 por um automobilista que circulava na zona. Que chamou a PSP e o INEM.
A acusação explica que os dois tinham sido namorados e vivido juntos, durante dois anos. A relação era “tumultuosa”, dado que o André era “possessivo e ciúmento”. Em dezembro de 2017, separaram-se, mas continuaram amigos, encontrando-se, e, esporadicamente, mantendo relações sexuais.
No dia do crime, pela meia-noite, após terem jantado, saíram os dois com outros dois jovens, uma rapariga e um rapaz. Foram a dois bares, e no segundo, o André manifestou-se “incomodado” com uma alegada proximidade entre o Miguel e o outro jovem, de nome Ricardo. Quando os viu entrar para a casa de banho, ficou possuído de ciúme, e deu um murro no Ricardo. Foi, então, que o segurança o intimou a abandonar o espaço. Vendo o constrangimento da situação, o Miguel saiu, também, e voltaram ambos para o apartamento. Onde a discussão acabaria em tragédia.
O Ministério Público acentua, na acusação, a frieza do agressor ao abandonar a vítima, sublinhando que tinham mantido “uma relação análoga à dos conjuges”.
Além da prova pericial, a acusação é sustentada por 11 testemunhas, uma delas o inspetor da PJ/Porto, Joaquim Gomes, que investigou o assassínio.