Juan Manuel Santos foi esta sexta-feira distinguido com o Nobel da Paz pelos esforços na tentativa de alcançar as pazes com a guerrilha colombiana, as FARC. Num pequeno discurso após receber a notícia, o presidente colombiano confessou-se emocionado.
“Recebo este prémio com muita emoção. É algo que ficará para sempre na história deste país, para as pessoas que sofreram com esta guerra, especialmente as vítimas. É um grande reconhecimento para o meu país e estou eternamente grato”.
Juan Manuel Santos, de 65 anos, proveniente de uma família da alta sociedade de Bogotá, entrou na política em 1991.
Jornalista até então, tinha recebido o prémio do rei de Espanha pelas suas crónicas sobre a revolução sandinista da Nicarágua. “Marcou-nos profundamente”, disse um dia a propósito de essa investigação realizada com o seu irmão Enrique, outro actor chave do processo de paz, que começou em 2012 oficialmente, mas secretamente com a eleição de Santos em 2010.
Quando entrou no palácio presidencial Casa de Nariño, este político que se define como “de extremo centro” já tinha perseguido a guerrilha, numa cruzada implacável enquanto era ministro da Defesa do seu antecessor de direita, Alvaro Uribe.
O objectivo era enfraquecer as FARC para as obrigar a negociar. Segundo os analistas, Santos fez a guerra para alcançar a paz.
O Presidente colombiano disse sempre que não procurava uma recompensa pela sua luta pela reconciliação da Colômbia, diminuída por décadas de confrontos entre as guerrilhas de extrema-esquerda, paramilitares de extrema-direita e forças armadas, que fez mais de 260 mil mortos, 45 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.
“Não procuro aplausos. Quero fazer o que está certo”, disse o chefe de Estado, descrito como muito racional e por vezes criticado pela sua aparente frieza, numa entrevista à AFP.
Admirador de Winston Churchill, Franklin D. Roosevelt e Nelson Mandela, leitor voraz e cinéfilo, Santos disse sempre que a sua força vem da família, constituída em 1988 com Maria Clemencia Rodriguez, que tem a alcunha de ‘Tutina’ e é mãe dos seus três filhos.
Fonte: TSF