São quatro. Vão ser julgados em maio. Isto porque foram apanhados pela PJ com a ‘boca na botija’ quando se preparavam para começar a fabricar notas de 500 euros e moedas de dois. Os quatro falsificadores vão ser julgados no Tribunal de Braga por crime de contrafação de moeda, na forma tentada.
A Polícia Judiciária (PJ) do Porto apreendeu, em junho de 2016, um arsenal de equipamentos de impressão e cunhagem, em casas usadas para o efeito em Ílhavo, (Aveiro), Braga e Vila Verde.
Quando a PJ invadiu as ‘tipografias’, apanhou uma nota de 500 euros que fora gravada como teste. E o mesmo sucedeu com duas moedas metálicas, imitando a de dois euros mas que ainda só estavam cunhadas de um dos lados. Deteve, nesse dia, três dos quatro suspeitos e apreendeu uma máquina de impressão de última tecnologia (3D), uma prensa, uma guilhotina, metal para moedas e papel semelhante ao das notas de euro.
O Ministério Público acusa José Manuel Marques, de 29 anos, de Barcelos, artesão de profissão, Manuel de Araújo Fernandes, de 59 anos, de Barcelos, Paulo Francisco Pereira, de 51 anos – pai do José Manuel Marques – e Bruno Filipe Correia, de 60 anos (ambos de Braga) de se terem conluiado, desde 2014, para adquirirem equipamentos para contrafação de moeda “em grande quantidade”.
Diz que a iniciativa partiu do José Manuel Marques – com antecedentes deste tipo de crime pois esteve detido em 2002, e é considerado o maior especialista em Portugal no fabrico de euros falsos – e do Manuel de Araújo Fernandes, tendo recrutado os outros dois, o Paulo Pereira para comprar o equipamento e o Bruno Correia, para a informática, já que é técnico do ramo. Era a este elemento que competia a tarefa de elaborar os moldes para a construção e posterior impressão de notas de 500 euros.
O grupo explorava duas inovações: fabricava moedas com instrumentos expressamente construídos para o efeito e utilizava uma impressora 3D (três dimensões) na construção de moldes que permitiriam o fabrico das notas de 500 euros com elevado grau de perfeição.
Aquando das buscas, a Polícia concluiu que as ‘oficinas’ tinham colchões na porta para abafar o som próprio das máquinas de impressão. E apreenderam uma placa de acrílico já preparada para gravar notas de 500, e 11 outras, para o mesmo fim.
Para além da contrafação, o José Marques está, ainda, acusado de posse de arma proibida.
Luís Moreira (CP 8078)