Recomeça na próxima sexta-feira o julgamento da alegada corrupção nas cartas de condução, faltando fazer as alegações finais, que tiveram que ser adiadas por causa de problemas no sistema de vídeo-conferência que atrasaram a audição de duas testemunhas.
O julgamento, que corre no Tribunal de Braga, por alegada corrupção nos exames e que envolve 47 arguidos, entre instrutores e examinadores da ANIECA- Associação Nacional do Ensino de Condução – no antigo Centro de Exames de Vila Verde, aproxima-se do fim.
Até Dezembro, ou o mais tardar, em Janeiro, há sentença.
Conforme O Vilaverdense/PressMinho tem noticiado, a questão da proveniência do milhão de euros arrestado pelo Tribunal aos examinadores da ANIECA dominou as últimas sessões do julgamento.
Alguns dos arguidos argumentam que o dinheiro, que lhes foi apreendido pelo Gabinete de Recuperação de Activos da Polícia Judiciária – aquando da sua detenção em 2015 -, teve origem legítima e não de qualquer forma ilícita, nomeadamente por via de supostos recebimentos de examinandos de condução.
O caso dominante foi o do principal arguido, o examinador Joaquim Oliveira, que está pronunciado por 35 crimes e pode ficar sem 300 mil euros que pode perder a favor do Estado, se vier a ser condenado.
Em Setembro e Outubro, foram ouvidas testemunhas de defesa, parte delas de cariz ‘abonatório’.
Ao longo de mais de 40 sessões, a acusação tenta provar os crimes – ‘ajudas’ ilegais a alunos a troco de dinheiro – e a defesa o seu contrário, argumentando que as provas recolhidas pela PJ/Braga não são consistentes, por se basearem, em grande parte, em suposições e em escutas telefónicas pouco claras.
O processo teve como figura mediática Fábio Coentrão, que, falando por vídeo-conferência, confessou ter pago quatro mil euros para passar nos exames de código e de condução.
Luís Moreira (CP 8078)