O que já era (quase) uma certeza em Portugal, sobretudo no Minho e Alto Minho, confirma-se. O mês de Julho foi o mais quente desde 1880, data de início dos registos da NASA, que combinam a temperatura da superfície do mar e do ar em terra.
Dados divulgados pela Agência Espacial norte-americana mostram que Julho foi 0,84ºC mais quente do que a média registada entre 1950 e 1980, e 0,11ºC acima dos meses de Julho mais quentes até então observados, em 2011 e 2015.
Há dez meses consecutivos que recordes absolutos homólogos estão a ser quebrados, pelo que, com grande probabilidade, 2016 será o ano mais quente de sempre.
Citados pelo Guardian, os cientistas atribuem a responsabilidade do fenómeno ao aquecimento global, decorrente essencialmente da queima de combustíveis fósseis, e aos efeitos do El Niño, o fenómeno climático regular que espalha ventos quentes através do Pacífico, elevando as temperaturas globais. O El Niño já se dissipou, mas os efeitos sobre a temperatura global tendem a permanecer durante três a seis meses.
Gavin Schmidt, director do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da NASA, diz que o novo recorde, juntamente com todos os outros que foram quebrados recentemente, contam uma mesma história: “O planeta está a aquecer. Isso é importante pelo que nos diz em relação ao futuro”.
“O mais assustador é que entramos numa era onde será surpreendente quando cada novo mês de um ano não for o mais quente já registado”, observa ainda Chris Field, cientista do clima da Universidade de Stanford e do Instituto Carnegie.
FG (CP 1200) com Negócios