O Supremo Tribunal Federal (STF) vai emitir esta quarta-feira um parecer em relação ao pedido de habeas corpus apresentado pelo ex-presidente do Brasil, Luiz Lula da Silva. A decisão vai ditar o destino do antigo chefe de Estado, que pode vir a ser impossibilitado de se candidatar às eleições presidenciais de Outubro, nas quais é apontado como favorito.
A condenação de Lula da Silva a 12 anos e um mês, pela prática de crimes de corrupção passiva, foi confirmada em Janeiro pelo colectivo de juízes desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, aumentado a sentença anteriormente prevista de nove anos e seis meses. A decisão foi tomada por unanimidade e veio abrir a porta à inviabilização da sua candidatura.
O antigo líder do Partido Trabalhista recorreu da decisão, mas o primeiro pedido foi negado. Lula da Silva entrou então com um pedido de habeas corpus e o seu destino está agora nas mãos da justiça. O país está também dividido entre aqueles que apoiam Lula da Silva e os que exigem a sua condenação. Caso venha a ser condenado, pode vir a ser preso ainda antes da eleições e os seus apoiantes alegaram que se trata de perseguição política. Caso contrário, os seus opositores apontar-lhe-ão o dedo por corrupção.
Maurício Santoro, cientista político e professor de relações internacionais da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, indica ao jornal brasileiro Folha de São Paulo que “todos os sinais da justiça até agora indicam que Lula será preso; é apenas uma questão de tempo”. “A imprensa brasileira seria extremamente crítica em relação ao Supremo Tribunal caso o pedido fosse concedido”, acrescenta.
LULA LIDERA SONDAGENS
Lula da Silva lidera as sondagens com 31% das intenções de voto. O ex-presidente fica oito pontos acima do candidato próximo da extrema-direita, Jair Bolsonaro, que, caso Lula da Silva venha a ficar fora da corrida devido a problemas com a justiça, pode vir a ser o próximo presidente do Brasil. Marina Silva, do partido Rede Sustentabilidade é a terceira favorita, com 15%. Seguem-se Geraldo Alckmin, do Partido da Social Democracia Brasileira, com 12% e Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista, com 11%.
Fonte> Jornal Economico