O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou, esta sexta-feira, que os laços entre Portugal e Ucrânia são “muito fortes” e que o país estará “na linha da frente” com aqueles que “querem a integração da Ucrânia na União Europeia”.
Numa conferência de imprensa com o seu homólogo ucraniano, Andrii Sybiha, em Kyiv, Paulo Rangel, falou acerca do acordo de cessar-fogo que está a ser mediado pelos Estados Unidos, dizendo que agora se aguarda pela “resposta da federação russa”.
“É muito importante que estejamos aqui a apoiar esta disponibilidade da Ucrânia, do presidente ucraniana, […] que têm mostrado [disponibilidade] para encontrar uma solução para este conflito. Por um lado, estamos aqui a apoiar que a Ucrânia esteja envolvida nas negociações e, em segundo lugar, que os países europeus possam também participar nesta solução, na medida em que é uma nova ordem de convivência europeia que está em causa e os países europeus, amigos para a Ucrânia, vão contribuir para a reconstrução da Ucrânia”.
APOIOS
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, considerou esta sexta-feira que “é extemporâneo” especificar o apoio que Portugal pode prestar à Ucrânia dentro de um eventual cenário de paz.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou ainda que “Portugal estará sempre disponível para participar nesse apoio militar, também no apoio financeiro e político”, ressalvando que o país “tem relações muito estreitas com todos os cantos do planeta”.
O diplomata salientou que Portugal tem trabalhado “muito directamente com a França e o Reino Unido” e que, no sábado, “haverá uma reunião muito importante promovida pelo primeiro-ministro britânico”, Keir Starmer.
“Estamos neste esforço para podermos ser actores directos numa solução assim que tenhamos um quadro de paz”, sublinhou.
PULSEIRA DE BALAS
Paulo Rangel recordou ainda que, este ano, Portugal faz 40 anos de adesão à União Europeia e que “isso mudou Portugal e contribuiu para a democracia”.
“Obviamente que nós estaremos na linha da frente daqueles que querem a integração da Ucrânia na União Europeia”, realçou.
Por fim, Paulo Rangel partilhou um momento vivido durante a reunião bilateral com Andrii Sybiha.
“Fiquei extremamente comovido quando, no fim da nossa reunião bilateral, o ministro Sybiha me ofereceu uma pulseira com balas que foram usadas nesta guerra. Isto é o sangue derramado dos ucranianos que está aqui simbolizado”, notou o ministro português, agradecendo o “gesto simbólico”.
Paulo Rangel ressalvou que os laços entre Portugal e Ucrânia “são muito fortes” e que, esta sexta-feira, “ficaram reafirmados”.