Os cem activistas ambientais, incluindo três portugueses, que estavam detidos na Suíça depois de um protesto na terça-feira contra a maior feira e exposição de jactos privados na Europa foram libertados na quarta-feira à noite.
A informação foi dada esta quinta-feira e à Lusa por Sara Gaspar, activista da Scientist Rebellion Portugal, que esteve detida em Genebra e se encontra em viagem de regresso a Portugal, de carro, juntamente com os restantes portugueses, das organizações Abolir Jactos Privados e Climáximo.
Segundo Sara Gaspar, os activistas têm agora 10 dias para contestar as acusações de que são alvo, designadamente violação de espaço, dano e coerção. A pena, de 120 dias de multa, ficará suspensa por três anos.
Na terça-feira, de acordo com organizações ambientalistas internacionais, cem activistas de 17 países foram detidos em Genebra na sequência de um protesto contra a feira EBACE que bloqueou temporariamente, durante cerca de uma hora, o tráfego aéreo no aeroporto da cidade, o segundo mais importante da Suíça e que acolheu o evento.
O protesto visava denunciar a poluição causada pelos voos de jactos privados no contexto de “uma crise climática sem precedentes”.
Os activistas entraram nos jactos em exposição, acorrentaram-se nas escadas de acesso às aeronaves, impedindo a entrada de visitantes e compradores, e exibiram cartazes, semelhantes aos rótulos das embalagens de cigarros, a advertir para os malefícios dos “mega-poluidores de luxo”.
Na terça-feira, em comunicado, as organizações Greenpeace, Stay Grounded, Extinction Rebellion e Scientist Rebellion expressaram a sua preocupação com os “relatos de uso excessivo da força contra os manifestantes”, por parte da polícia, num “protesto pacífico”.
À Lusa, a activista Sara Gaspar, da Scientist Rebellion Portugal, disse que vários manifestantes foram atingidos com “gás-pimenta de forma violenta”, tendo sido impedidos pela polícia de receber auxílio de outros manifestantes.