António Saraiva, o ‘patrão dos patrões’, lamenta que, mesmo com uma maioria de esquerda, a CGTP continue a usar a greve e a “conflitualidade social” em nome da defesa dos trabalhadores.
Falando no Fórum da TSF, o líder Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) responde assim ao anúncio de Arménio Carlos, líder da CGTP, de uma semana de luta entre os próximos dias 16 e 20.
Aos microfones da TSF, o presidente da CIP lembrou que há agora um parlamento “mais favorável a algumas das pretensões” da CGTP, mas, mesmo assim, a central sindical continua a ser “pela conflitualidade, pela greve, pela perturbação social que tenta resolver os seus problemas”.
António Saraiva considera “demonstrado que é pelo diálogo social” que se resolvem todas as questões laborais, diálogo para o qual a CIP se reafirma disponível.
Já o antigo secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, também convidado do Fórum TSF, alertou para o “enfraquecimento das sociedades democráticas”, considerando, por isso, que existem muitas razões para celebrar o Dia do Trabalhador.
Admitindo que “falta vitalidade” à economia portuguesa, Carvalho da Silva frisou que é preciso deitar mãos ao trabalho para “destravar” a contratação colectiva, porque “há ainda muito a fazer em matéria de direitos laborais”.
Também no Fórum TSF, Pedro Ferraz da Costa questionou o “que é que nós estamos dispostos a trocar no que fazemos actualmente” com o objectivo de garantir o crescimento da economia no futuro.
O homem que liderou a CIP no início dos anos 80 considera que Portugal está a passar por uma “fase muito delicada da recuperação da crise” e isso implica que “não vai ser possível puxar muito pelas condições” que as pessoas têm nas empresas.
Portugal “não tem nenhuma estratégia de desenvolvimento”; “ninguém faz ideia” do que vai ser economia portuguesa daqui por 10 ou 20 anos, afirmou o também presidente do Fórum para a Competitividade, referindo como “muito importante ter a colaboração dos sindicatos, se eles quisessem colaborar”.
Fernando Gualtieri (CP 1200)