A condução sob o efeito de álcool e o estacionamento em passeios são as infracções mais praticadas. PSP une-se ao Automóvel Club de Portugal e aos operadores de trotinetes para lançar campanha de sensibilização.
Em apenas seis meses, mais de uma centena de condutores de trotinetes eléctricas foram multados, de acordo com a PSP. Em dos 31 casos os condutores detidos revelam excesso de álcool no sangue.
O Jornal de Notícias revela que a condução sob o efeito de álcool é mesmo a infracção mais registada, seguido pelo estacionamento em locais reservados aos peões – como passeios e passadeiras.
As multas por conduzir uma trotinete eléctrica embriagado podem ir dos 125 aos 1250 euros e, em caso de uma taxa de álcool superior a 1,2 gramas/litro é considerado crime, punido com pena de prisão de até um ano.
Entre Janeiro e Junho deste ano, só nas cidades de Lisboa, Porto, Coimbra e Faro, o novo meio de transporte já provocou 74 acidentes e causou 55 feridos.
Lisboa destaca-se entre os quatros distritos fiscalizados pela PSP, desde o início do ano. É a cidade com mais infracções e mais acidentes por condutores de trotinetes.
Num curto espaço de tempo, o novo meio de transporte tornou-se um factor problemático nos grandes centros urbanos. Para o Automóvel Club de Portugal (ACP) facto deve-se, sobretudo, ao facto de a maioria dos condutores não encarar a trotinete como um verdadeiro meio de transporte.
Em declarações à TSF, Carlos Barbosa, presidente do ACP, admite que os valores são muito altos, mas não se mostra surpreendido com os dados.
“É um número elevadíssimo, porque as pessoas acham que a trotinetw é um brinquedo”, afirma Carlos Barbosa. “A trotinete não é um brinquedo, é um meio de transporte, mas as pessoas fazem o que lhes apetece”, reforça.
ESTADO “ALHEADO” DO PROBLEMA
O presidente do ACP aponta o dedo ao Estado, que considera ter-se “alheado completamente” da situação.
“O Estado chutou o problema para canto e não teve, em vésperas de eleições, a coragem de obrigar as pessoas a usar capacete”, acusa Carlos Barbosa, sublinhando que a utilização do capacete “reduz em 42% as lesões fatais e até 69% das lesões na cabeça”.
Carlos Barbosa afirma que recebeu até “a promessa pessoal” do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, de que os condutores de trotinetes eléctricas seriam obrigados a ter aulas de código da estrada.
Como isso não aconteceu, vamos substituir-nos ao Estado e, pelo menos, fazer uma campanha”, anunciou o presidente do ACP, que vai juntar-se à PSP e aos operadores de trotinetes eléctricas nesta iniciativa.