Ao longo dos cinco dias da Caminha Medieval deste ano a vila da foz do Minho recebeu mais de 70 mil visitantes, com destaque para sexta-feira e, sobretudo, para a tarde e noite de sábado, onde foram batidos todos os recordes de afluência de público, anunciou esta segunda-feira o presidente do município.
Miguel Alves considerou que esta foi das edições “mais desafiantes de sempre”.
“Por um lado, tivemos o interregno de dois anos por causa da pandemia que quebrou rotinas de trabalho e, sobretudo, levou ao encerramento de muitas empresas que trabalham na animação das diversas feiras medievais do país. Foi um ano inusual de estreias e de novas parcerias. Por outro lado, por força da conjugação de datas, tivemos só dois dias de montagem do espaço da feira após a realização do Artbeerfest, que também teve que ser desmontado ao mesmo tempo. Em cima destas dificuldades, a enchente que tivemos, todos os dias, mas, sobretudo, no sábado, criou novos problemas que temos que saber resolver”, afirmou.
Para o autarca de Caminha, a satisfação do dever cumprido não esquece as responsabilidades da organização.
“Agradeço muito a todos os participantes, aos voluntários e a toda a equipa municipal que nunca vira a cara ao tralho. É verdade que Caminha teve gente como nunca, que o comércio facturou em larga escala, e também é verdade que as associações do nosso concelho aproveitaram bem o momento para fazer receita importante”, referiu.
Contudo, o número de pessoas “exige um esforço redobrado para que no próximo ano possamos encontrar mais e melhores soluções para que as pessoas desfrutem deste que é, à data, o maior evento do concelho de Caminha e um dos maiores de toda a região” concluiu o autarca.
Numa celebração extraordinária do Ano Santo Jacobeu (que se prolongou do ano passado por causa da pandemia) e num exercício de promoção e valorização do Caminho Português da Costa, a Câmara dedicou a programação da edição deste ano à celebração das peregrinações que ao longo dos séculos passaram em direcção ao sepulcro de S. Tiago apóstolo.
Em destaque, como novidades, estiveram a representação da pharmacopeia – o hospital do peregrino, a experiência mens sana em corpore sano (uma espécie de SPA dos tempos medievais), o espaço de acolhimento aos peregrinos e as peregrinações diárias que envolveram centenas de voluntários das freguesias e associações do concelho.
Ao mesmo tempo, uma nova arrumação do espaço proporcionado pelas recentes obras de requalificação do centro histórico e diversas actividades relacionadas com música, teatro, literatura, cetraria, ofícios medievais e oficinas de arte, permitiram uma viagem pelo passado que durante uma semana encheu as ruas da vila.
Na Caminha Medieval estiveram presentes 23 grupos de animação vindos de todo o país e de Espanha e foram contabilizados 120 participantes, sendo 23 artesãos, 50 mercadores alimentares, 33 mercadores não alimentares, 1 mercador exótico e 14 estabelecimentos locais.