Um estudo recente da Deloitte mostra que 53% dos trabalhadores reportam um aumento de stress, enquanto 28% temem que a tecnologia possa absorver os seus empregos.
A conclusão é do estudo Global Human Capital Trends 2024, que identifica as principais tendências a nível de capital humano e recursos humanos no contexto empresarial. A edição deste ano destaca, em vez de priorizar as questões empresariais em detrimento dos resultados humanos, as organizações devem adoptar uma abordagem de sustentabilidade humana como forma de melhorar os resultados para os trabalhadores, clientes e sociedade em geral.
“Apesar de assistirmos a uma aceleração geral da utilização da tecnologia, muito potenciada na área da inteligência artificial, deverá existir uma consciência real da importância do papel que as Pessoas têm nas organizações e na sustentabilidade das empresas. Essa poderá ser a chave para o sucesso das organizações, numa altura em que as abordagens tradicionais da forma como trabalhamos caem em desuso. É cada vez mais um factor crítico de sucesso apostar na sustentabilidade humana das organizações, dos mercados e da sociedade como um todo”, diz Nuno Carvalho, partner da Deloitte.
Alguns números deste estudo apontam que mais de metade das organizações (76%) reconhece a importância da sustentabilidade humana para o seu sucesso – mas apenas 46% afirmam estar a fazer algo para abordar esta questão. No entanto, apesar de 89% dos executivos dizerem que a sua organização está a promover a sustentabilidade humana de alguma forma, apenas 41% dos trabalhadores inquiridos dizem o mesmo, e só 43% afirmam que as empresas onde trabalham os deixaram em melhor situação do que quando começaram.
Quanto aos obstáculos enfrentados pelos trabalhadores, 53% identificaram o aumento do stress no trabalho como o principal desafio, seguido da ameaça de a tecnologia absorver os empregos (28%).
Para além disso, 88% dos líderes afirma que um foco crescente na confiança e transparência entre os trabalhadores e a organização é importante para o sucesso do negócio, mais de metade (52%) está a tomar algumas medidas para aumentar a confiança e a transparência, mas apenas 13% estão a fazer o suficiente para obter progressos significativos.
Os dados mostram ainda que 30% dos executivos continuam a trabalhar de forma independente, ao invés de se focarem numa liderança mais integrada e multifuncional que permita alcançar melhores resultados e desbloquear todo o potencial humano. Assim, o estudo conclui também que apenas 10% da força de trabalho e 22% dos líderes concordam que as suas organizações estão a acrescentar valor para os colaboradores, havendo espaço para oportunidades de melhoria.
Com Executive Digest