A polícia sul-africana está a investigar o rapto de um empresário português, no Soweto, sudoeste de Joanesburgo, anunciou esta quarta-feira a organização não-governamental Fórum Português da África do Sul. Nos últimos 18 meses, pelo menos 32 empresários luso-sul-africanos foram sequestrados.
Numa comunicação à comunidade portuguesa residente no país africano, divulgada por SMS e redes sociais, a ONG luso-sul-africana, sediada nos arredores de Joanesburgo, salientou que “o Fórum Português apoia a SAPS [Polícia Sul-Africana] nos esforços de busca” pelo empresário português, “raptado, no Soweto”, manifestando a sua “solidariedade para com a família” da vítima.
O rapto terá ocorrido terça-feira, no subúrbio de Soweto, com mais de dois milhões de habitantes, onde o empresário é proprietário de uma loja de peças de automóveis, adiantou à Lusa fonte comunitária em Joanesburgo.
Contactada pela Lusa, o comando nacional da Polícia Sul-Africana (SAPS) escusou-se a responder a um pedido de esclarecimento até ao momento.
Os empresários luso-sul-africanos na África do Sul têm sido alvo recentemente de uma onda de raptos sem precedentes na província de Gauteng, onde se situa Joanesburgo, a capital económica, e Pretória, a capital do país africano.
Nos últimos 18 meses, pelo menos 32 empresários luso-sul-africanos foram alvo de sequestros por resgate na província sul-africana de Gauteng, epicentro da violenta criminalidade e raptos no país africano, indicaram várias fontes à Lusa.
A África do Sul enfrenta um agravamento do crime de sequestro em que são exigidos elevados montantes financeiros pelo resgate das vítimas, segundo a polícia sul-africana (SAPS, na sigla em inglês).
A maioria dos incidentes tem ocorrido em Gauteng, segundo a força de segurança sul-africana.
Dados oficiais, consultados pela Lusa, indicam que, só no último trimestre de 2023, a polícia sul-africana registou 4.577 raptos no país, um aumento de 11% (mais 453 casos) comparativamente ao período homólogo do ano anterior.
Segundo dados do Governo sul-africano, residem na África do Sul cerca de 200.000 cidadãos portugueses e perto de meio milhão de lusodescendentes.