O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou esta quarta-feira o convite feito pelo primeiro-ministro ucraniano a António Costa, de visitar a cidade de Kiev.
“Penso que é importante para os dois países, é importante para Portugal e para os portugueses”, começou por referir o Chefe de Estado, em declarações aos jornalistas, à margem do XV encontro da COTEC Europa, em Braga.
Marcelo sublinhou ainda que “se Portugal está empenhado numa ajuda em todos os domínios – humanitário, económico, jurídico, politico, diplomático e militar – faz todo o sentido que o senhor primeiro-ministro tenha a oportunidade de ver a situação na Ucrânia e de desenvolver a posição portuguesa em relação à luta do povo ucraniano”.
Questionado sobre as sanções anunciadas pela UE, de proibir a importação de petróleo russo, o responsável explicou que se trata de “uma sanção progressiva, o que quer dizer que não é imediata e radical, mas prevê um eventual agravamento, se necessário”.
“Há aqui a chamada ideia da proporcionalidade: permite a unidade dos países europeus, assim não se dividem sobre isso; e permite, por outro lado, ir ponderando aquilo que se vai fazendo, para haver passos para a paz”, acrescenta.
PRESSIONAR CAMINHO DA PAZ
O Presidente da República adianta ainda que esta medida “reforça, apoia, pressiona num caminho para a paz e, ao mesmo tempo, é flexível e deixa em aberto aquilo que é a aplicação progressiva dessa sanção”.
O responsável não tem dúvidas de que vai ser “um esforço europeu grande, o de contribuir para reconstrução ucraniana mal acabe a guerra e Portugal já tinha dito – e confirma agora – que quer apoiar essa reconstrução”, disse apelando a que se pense “já no dia seguinte e não só dia de hoje”.
Sobre a posição do PCP, que Costa já considerou “inconcebível”, Marcelo referiu que “em Portugal há liberdade para as pessoas tomarem as atitudes que quiserem e isso aplica-se a todos os partidos”, afirmou adiantando que as pessoas podem não concordar, “mas a democracia é isso”.
“A democracia é a ideia do pluralismo, liberdade e tolerância e Portugal deve continuar a ser isso: do mesmo modo que acolhe os outros- e devemos continuar a fazer um esforço para não haver xenofobias – também não devemos ter uma atitude que não seja a de respeitar a democracia e a liberdade, é assim que devemos viver”, defendeu.
Recorde-se que o primeiro-ministro, António Costa, esteve esta quarta-feira reunido com o homólogo ucraniano. No final do encontro, disse aos jornalistas que iria visitar Kiev, tendo aceitado o convite de Denys Shmygal, numa data que será anunciada em breve.
“O primeiro-ministro ucraniano teve a oportunidade de me convidar a visitar Kiev e eu naturalmente aceitei e ficou apontada uma data que oportunidade será divulgada, para a concretização dessa visita”, anunciou.
O responsável disse ainda que essa deslocação incluirá reuniões com o homólogo ucraniano, mas também com o Presidente Zelensky, em que será também assinado de um acordo “para um apoio financeiro significativo” através do Fundo Monetário Internacional.
“Portugal não está em condições de responder a apoios desta dimensão, mas daremos uma contribuição substancial”, afirmou.
Com Multinews