O novo presidente da Câmara de Barcelos, Mário Constantino, afirmou a “ambição” de concretizar na próxima década “aquilo que o concelho precisa e os barcelenses exigem”, desde logo criar as condições para a construção de um novo hospital.
Falando na sessão da tomada de posse, que se prolongou para a madrugada desta terça-feira, Mário Constantino, eleito pela coligação PSD/CDS, com o apoio do movimento independente Barcelos, Terra de Futuro (BTF), disse ainda que “o problema da água vai ter de ser resolvido”.
“Temos a ambição de concretizar na próxima década aquilo que Barcelos precisa e os barcelenses exigem”, afirmou, citado pela Lusa.
O “problema da água” a que Mário Constantino se refere está relacionado com uma concessão que resultou na condenação da Câmara a pagar uma indemnização de 172 milhões de euros para reposição do equilíbrio do financeiro da empresa concessionária.
O executivo cessante, de maioria socialista, tentou resolver o problema, primeiro com o resgaste da concessão e depois com a compra de 49 por cento da concessionária, mas não conseguiu.
“Com serenidade, exigência e na defesa dos interesses dos barcelenses, o problema da água vai ter de ser resolvido”, disse hoje Mário Constantino, dando conta da vontade do novo executivo de operacionalizar e expandir a rede pública de água e saneamento, “aumentando a taxa de cobertura sem judicializar os problemas e sem recuos ou simulacros de avanços”.
A implementação de um serviço de acompanhamento e promoção da autonomia e cuidados médicos ao domicílio que combata o isolamento e promova a autonomia dos mais idosos e mais vulneráveis é outra das apostas de Mário Constantino.
O autarca eleito em 26 de Setembro prometeu ainda criar um programa de eliminação de barreiras arquitectónicas, o fecho da circular urbana entre a ponte de Santa Eugénia e Gamil, a supressão das passagens de nível, o reordenamento do trânsito e do estacionamento na área urbana, uma ligação entre a central de camionagem e o centro da cidade e a construção de um parque de estacionamento subterrâneo.
A criação da Polícia Municipal é outra das apostas.
Para a Assembleia Municipal de Barcelos, a maior do país, com 123 deputados, apresentou-se a sufrágio uma única lista, encabeçada por Fernando Pereira, também da coligação PSD/CDS, que conseguiu 92 votos favoráveis. Houve ainda 26 votos brancos e três nulos.
A Câmara de Barcelos foi presidida, nos últimos 12 anos, pelo socialista Miguel Costa Gomes, que agora não se pôde recandidatar, devido à lei de limitação de mandatos.
Nas eleições de 26 de Setembro, a coligação PSD/CDS, apoiada pelo BTF, conseguiu 33.753 votos, a que equivalem seis mandatos, tendo o PS obtido 27.633 e cinco mandatos.
O movimento independente Todos Barcelos ficou em terceiro, com 3.323 votos, e o Chega em quarto, com 2.780.
Seguiram-se o Bloco de Esquerda (1.688), a CDU (1.243) e o Movimento Alternativa Socialista (511).