O mau tempo que se tem feito sentir um pouco por todo o país e os fenómenos mais extremos são consequência das alterações climáticas.
Ao jornal i, o especialista Filipe Duarte Santos explica que “devido ao aquecimento da atmosfera, o ar contém mais vapor de água. Tendo mais vapor de água, torna-se mais energético, por isso, quando chove há tendência a chover grandes quantidades, e isso tem associado um risco de inundação e de cheias”.
Para os próximos anos, o perito em clima prevê um agravamento da situação, não em termos de frequência mas de intensidade. “Na nossa região, a frequência da precipitação está a diminuir, mas a tendência é que venha a chover com uma intensidade cada vez maior”, diz Filipe Duarte Santos.
Apesar da chuva dos últimos dias, o país está em seca desde meados do ano passado. E essa, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), só acaba se se registar precipitação acima da média nos meses de Março e Abril.
No entanto, há mais a dizer sobre a questão da seca: é que, segundo Filipe Duarte Santos, “há fundamentos científicos para afirmar que o clima do norte de África está a saltar e a passar para o sul da Europa, de maneira que o norte de África vai ficar mais desértico e nós vamos ficar mais áridos e mais quentes”.
O especialista defende que a seca que por cá se tem feito sentir é evidência disso mesmo. E deixa outro alerta: “As secas estão-se a tornar mais frequentes e mais intensas”.