O Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento) iniciou esta quarta-feira uma campanha para despertar para os riscos da má utilização de fármacos para acidez do estômago, usados muitas vezes como remédios para a azia. O alerta surge depois de nos últimos dois anos a venda destes medicamentos ter aumentado 62% para as 138 mil embalagens vendidas por ano.
Segundo o Infarmed o consumo continuado destes medicamentos, de venda livre, pode levar ao desenvolvimento de fracturas ósseas, infecções gastrointestinais ou outras doenças ao nível do sistema imunológico.
As autoridades temem que o aumento do consumo de medicamentos para regular os níveis de acidez no estômago, que se está a verificar de igual forma noutros países europeus, esteja a ser feito de forma incorrecta, atendendo à má publicitação das contraindicações a ele inerentes.
“Parte deste crescimento pode estar associado ao uso de situações clínicas desadequadas ou à utilização por um período demasiado longo”, escreve o Infarmed em comunicado.
A Autoridade Nacional do Medicamento lembra que estes tipo de medicamentos, conhecidos como inibidores da bomba de protões, apesar de serem de venda livre, devem ser receitados por um médico se o problema se continuar a manifestar-se ao fim de duas semanas.
Em alternativa a estes medicamentos existem também os antiácidos, também eles de venda livre nas farmácias e parafarmácias, que podem ser uma boa alternativa no combate à azia.
“Estes medicamentos contém omeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol, dexlansoprazol e esomeprazol e não são isentos de riscos, como as interacções com outros medicamentos, a ocorrência de erupções cutâneas, podendo ainda mascarar os sintomas de outras doenças”, explica o comunicado do Infarmed.
Fonte: Jornal Económico