A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) não acredita num acordo até ao final do ano e avisa que não vão cruzar os braços.
Ao contrário do ministro da Saúde, os sindicatos não acreditam num acordo antes do final do ano. Afirmam que Adalberto Campos Fernandes não apresentou qualquer contraproposta e acusam o ministro de faltar ao respeito aos médicos com uma farsa negocial.
Por isso, Mário Jorge Neves, secretário-geral da FNAM, garante que os médicos não vão ficar de braços cruzados e avisa que o ano pode não terminar sem uma nova greve.
O responsável defende que “as palavras do ministro ao longo deste processo perderam toda e qualquer credibilidade porque revelam uma ausência efectiva de vontade negocial, violações sistemáticas da própria contratação colectiva”.
Ainda assim, os sindicatos consideram que o maior entrave é o ministério das Finanças. “Detém a chave do cofre”, lembra Mário Jorge Neves, “nas reuniões em que participou tem sistematicamente assumido uma atitude de maior bloqueio no que diz respeito a matérias que há muito estavam resolvidas.”
O secretário-geral da FNAM aponta como exemplo a intenção de colocar médicos com mais de 55 anos a fazer urgências sem qualquer limitação e ainda a falta de argumentos concretos para a recusa das Finanças em reduzir o número de utentes por médico de família.
Os médicos esperam ainda esta quarta-feira decidir o que fazer, depois da greve que afectou sobretudo blocos operatórios dos hospitais e consultas externas.
Os sindicatos adiantam que a paralisação de 24 horas registou uma adesão superior a 90% uma participação superior à de anteriores greves.
FG (CP 1200) com TSF