Depois da demissão em bloco do Governo russo, esta quarta-feira, o Presidente Vladimir Putin quer pôr os deputados a escolher o Executivo e já propôs Mikhail Mishustin para primeiro-ministro.
Economista de formação, Mishustin, de 53 anos, desempenha desde 2010 o cargo de chefe do Serviço Federal de Impostos da Rússia. Antes disso trabalhou na área das tecnologias da informação durante a década de 1990.
Putin e Mishustin encontraram-se no Kremlin, onde o Presidente russo “lhe sugeriu que assumisse o cargo de chefe de Governo” e, segundo a agência de notícias russa Sputnik, Mikhail Mishustin já aceitou o cargo.
Agora, o russo terá de ter a aprovação do Parlamento, que vota esta decisão na próxima semana. O líder do partido Rússia Unida, Sergei Neverov, revelou à comunicação social russa que vai rever a candidatura de Mishustin na quinta-feira de manhã, mas não ficou claro quando é que a Duma planeia fazer a votação.
Esta quarta-feira, Dmitri Medvedev, anunciou a Vladimir Putin que o seu Governo decidiu demitir-se em bloco na sequência das alterações à Constituição propostas por Putin.
Por seu lado, Putin pediu ao gabinete do primeiro-ministro demissionário para se manter em funções até que um novo executivo seja nomeado e empossado.
Este anúncio inesperado surge depois de o presidente russo ter proposto um referendo sobre uma série de reformas da Constituição, visando a reforçar o poder do Parlamento, embora mantendo o carácter presidencial do sistema político que dirige há 20 anos.
Entre as mudanças sugeridas por Putin durante o discurso sobre o estado da nação está o direito de os deputados passem a nomear o primeiro-ministro e os membros do executivo, papel que cabe agora ao chefe de Estado.
Por outro lado, o Presidente deve manter o direito de demitir o chefe do governo e os ministros, de nomear os principais responsáveis ao nível da defesa e segurança e de destituir os presidentes do Supremo Tribunal e do Constitucional.
As propostas de alterações à Constituição incluem ainda o reforço dos poderes dos governadores regionais, a proibição dos membros do governo e dos juízes de obterem residência no estrangeiro e a obrigatoriedade de os candidatos à Presidência terem vivido nos últimos 25 anos na Rússia.
Vladimir Putin está nos comandos do país há mais tempo do que qualquer outro líder russo desde Estaline. De acordo com a lei actual terá de abandonar a presidência no final deste mandato, em 2024, pelo que segundo vários analistas consultados pela imprensa internacional esta pode ser uma manobra para conquistar uma nova posição de poder.
Dmitri Medvedev, aliado de longa data de Putin, é primeiro-ministro desde 2012, tendo ocupado o cargo de Presidente da Rússia entre 2008 e 2012.
Redacção com TSF