A fotografia que mostra a execução de um vietcong, tirada pelo norte-americano Eddie Adams durante a guerra do Vietname, faz esta quinta-feira 50 anos.
Numa rua da antiga cidade de Saigão (actual Ho Chi Minh), no Vietname, um polícia apontou uma arma à cabeça de um prisioneiro vietcong algemado e premiu o gatilho. Ao mesmo tempo, o fotógrafo da Associated Press Eddie Adams carregou no botão do obturador da sua câmara.
Numa fração de segundo, estes dois gestos abalaram os Estados Unidos. A fotografia de 1 de Fevereiro de 1968 ficou conhecida como ‘A execução de Saigão’ e tornou-se num retrato da brutalidade da guerra do Vietname, argumento dos milhares de pessoas que protestavam contra o envolvimento norte-americano no conflito.
Eddie Adams ganhou o prémio Pulitzer, mas a imagem passou a assombrá-lo. “As fotografias não contam a história toda”, disse mais tarde. “Não contam o porquê.”
No segundo dia da ofensiva do Tet, as forças norte-vietnamitas e as guerrilhas vietcong atacaram cidades no Sul do país, incluindo Saigão, durante um cessar-fogo.
O chefe da polícia Nguyen Ngoc Loan saiu de um edifício com o prisioneiro Nguyen Van Lem e parou junto do fotógrafo Eddie Adams e do operador de câmara da NBC Vo Suu. Os dois jornalistas pensaram que o homem ia ser interrogado sob ameaça, mas em vez disso assistiram a uma execução.
“Eles mataram muitos dos meus homens e muitos dos vossos”, justificou o polícia, segundo recordou Eddie Adams numa entrevista à Associated Press em 1998. “Não digo que o que ele fez foi correcto, mas ele estava a combater numa guerra.”
Eddie Adams, que morreu em 2004, dizia-se mais orgulhoso das fotos que tirou em 1977, no pós-guerra, as quais ajudaram a convencer o governo norte-americano a receber mais de 200 mil refugiados.
Fonte: TSF