O Arcebispo de Braga apela na sua mensagem para o Natal 2015 à criação de ‘oásis de Misericórdia” em resposta aos “gritos” de quem procura atenção e ternura. “É necessário irmos ao encontro dos tristes, dos desalentados, dos desempregados, dos doentes, dos sozinhos, dos pobres, dos envergonhados, daqueles que experimentam situações de precariedade”, defende D. Jorge Ortiga.
“Acordemos e ouçamos tantos gritos a pedir ternura, carinho, tempo, atenções, dinheiro! Podem estar em nossa casa, na nossa família, na mesma rua, na mesma aldeia ou cidade. Iremos precisar de muita valentia e coragem para recomeçar sempre”, pede D. Jorge Ortiga, num texto divulgado esta sexta-feira.
O prelado fala do Natal como um “tempo favorável” para a vivência da misericórdia, que está no centro do Ano Santo extraordinário [Dezembro2015-Novembro 2016] convocado pelo Papa. O Arcebispo Primaz convida os cristãos a serem capazes de saciar a “mais dramática das sedes”, a de Deus.
“Assim sendo, pergunto: não poderá ser interessante descobrir algum ateu ou agnóstico, alguém afastado das suas obrigações cristãs, a quem sejamos capazes de ouvir?”, questiona. Jorge Ortiga elenca os “desertos humanos” com que as comunidades católicas são confrontadas, no seio de uma “sociedade enferma, que cada vez mais necessita de atenções e respostas”.
“Precisamos de estar atentos e vigilantes a todos os desertos, mesmo aos que, por vezes, se escondem e até surgem como paisagens verdejantes”, adverte.
Neste sentido, o também presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana espera que comunidades paroquiais, religiosos, movimentos e associações se ponham “a caminho, procurando abrir-se aos mais necessitados”.
“Tornemos-nos, deste modo, oásis de misericórdia, proporcionando a todos o abraço de Cristo através da água do consolo e do amparo solícito que distribuímos”, pede D. Jorge Ortiga.
“Que o presépio deste ano seja um oásis que retempera energias a quem necessita de alguma coisa, material ou espiritual, para ser feliz”, conclui.