As actrizes Meryl Streep, Kate Winslet, Judi Dench e Jennifer Lawrence estão entre as personalidades do mundo cinematográfico que condenaram publicamente o produtor Harvey Weinstein, devido a alegados assédios sexuais levados a cabo durante décadas.
Esta segunda-feira, em comunicado, Streep manifestou-se quanto às acusações de que Harvey Weinstein é alvo, revelando que tais notícias “espantaram aqueles cujo trabalho ele defendeu ao financiar causas merecedoras”, ao mesmo tempo que salientou a coragem das “mulheres destemidas que falaram em denúncia destes assédios”.
Contudo, clarificou que Weinstein – com quem colaborou frequentemente em filmes distinguidos pela Academia de Hollywood, como “A Dama de Ferro” (2011) – sempre a “respeitou na relação profissional que estabeleceram”, fazendo com que Streep não se apercebesse da conduta ofensiva do fundador da produtora e distribuidora de filmes Weinstein, cuja origem remonta a 2005.
De acordo com o artigo de investigação do jornal The New York Times, as queixas das vítimas dos abusos sexuais tiveram início na década de 1990, quando o magnata se encontrava à frente da produtora Miramax, um estúdio de cinema independente que era propriedade do gigante cinematográfico Walt Disney.
Com opiniões similares, as britânicas Kate Winslet e Judi Dench foram também citadas pela agência internacional Associated Press, classificando as denúncias como “[uma situação] horrível, [da qual] não tinham qualquer conhecimento”, com Winslet a admitir que “esperava que este tipo de histórias fossem apenas rumores”.
Recorde-se que ambas as actrizes viram as suas prestações serem reconhecidas com Óscares em filmes produzidos pela empresa Weinstein, na categoria de melhor actriz secundária, no caso de Dench (“A Paixão de Shakespeare”, 1998), e melhor actriz principal, para Winslet, pelo papel que desempenhou na longa-metragem “O Leitor” (2008).
O conselho de administração da Weinstein decidiu, no domingo, retirar o produtor da empresa, deixando o controlo do estúdio nas mãos do seu irmão, Bob Weinstein, e do diretor de operações David Glasser, tendo lançado um comunicado a dar conta das decisões tomadas.
A decisão sucedeu-se à publicação, pelo New York Times, a 5 de Outubro, de uma investigação, baseada em dezenas de testemunhos de antigos e actuais funcionários da empresa, sobre o comportamento do produtor.
Segundo o jornal nova-iorquino, Weinstein chegou a acordos extrajudiciais com pelo menos oito mulheres para resolver acusações de assédio sexual.
Fonte: Sapo24