As células que escapam de alguns tipos de tumores em formação, quando a doença ainda não é detectável, são mais eficazes na metastização do que quando o cancro está em fases mais avançadas.
Segundo dois estudos publicados na revista Nature, investigadores dos Estados Unidos e da Alemanha identificaram o processo de disseminação de um tipo de tumor da mama em fases precoces.
Antes de qualquer sinal ou sintoma, o cancro da mama começa a tentar ganhar terreno. Na saúde, e nos tumores malignos em particular, o tempo é crucial e a detecção precoce pode significar, muitas vezes, a diferença entre a vida e a morte.
Estes investigadores estudaram o cancro da mama do subtipo Her2 positivo, um dos mais agressivos e metastáticos, e perceberam que os primeiros soldados deste inimigo começam a ocupar outras zonas do corpo ainda antes de o cancro ser detectado, escreve o jornal Público.
Uma vez instaladas nos novos órgãos, estas células permanecem num estado de dormência enquanto o tumor primário vai ganhando forma e terreno.
A equipa de cientistas, da qual faz parte a investigadora portuguesa Rita Nobre, da Escola de Medicina Icahn, em Nova Iorque, concluiu que 80% das metástases deste cancro são formadas por este tipo de células tumorais de disseminação precoce. As células que migram numa fase mais tardia, quando o cancro já se encontra numa fase avançada, terão um papel secundário.
Estudos anteriores já tinham mostrado que o processo de metastização de certos tipos de cancro, que é a principal causa de morte associada aos tumores malignos, começava nas fases iniciais da sua formação.