Ter equipas campeãs de uma modalidade tende a gerar equipas fortes noutras modalidades coletivas da região. A conclusão está num estudo de Paulo Reis Mourão, da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, que foi publicado na prestigiada revista ‘Applied Economics’.
O professor cita o caso do Minho, com o ABC/UMinho sábado na final da Taça Challenge em andebol, o Sp. Braga domingo na final da Taça de Portugal em futebol, bem como o Hóquei de Barcelos recém-campeão da Taça CERS e o AVC Famalicão vencedor do campeonato, taça e supertaça em voleibol.
“O contágio de sucesso desportivo provoca uma ‘onda’ positiva que pode ser aproveitada por todos, desde o desenvolvimento de modalidades, atletas e estruturas até à multiplicação de receitas e à afirmação mundial”, diz Paulo Reis Mourão.
Para o economista, o sucesso desportivo de uma região europeia deve-se, também, mais ao aproveitamento dos seus jovens talentos do que à importação de modelos de sucesso externos. O investigador acrescenta que uma equipa de excelência é fruto das dinâmicas, história e grupos que a compõem, conjugado com o ADN da região/país.
Paulo Reis Mourão nota que Portugal tem tido bons desempenhos em diferentes modalidades e localidades. A afirmação do Minho resulta do facto de ser uma região populosa, com muitos clubes, boas organizações, identidade própria e que procura dar oportunidades aos jovens, admite. Exemplifica que o ABC e Sp. Braga futsal, agora ligados à UMinho, permitem ao aluno aliar excelência académica com alta competição. A UMinho, aliás, dominou os recentes Campeonatos Nacionais Universitários, com o recorde de seis títulos coletivos.
Além disso, em clubes consagrados surgem secções campeãs a nível nacional e internacional, como o taekwondo e boccia do Sp. Braga ou o basquetebol do Vitória de Guimarães. O docente anui que a projeção desportiva internacional da região deve-se também a percursos individuais notáveis, como João Sousa (ténis), Dulce Félix e Filomena Costa (atletismo), Emanuel Silva e Fernando Pimenta (canoagem), Paulo Gonçalves (motociclismo), e, entre outros, Rui Bragança, o aluno de Medicina da UMinho que em agosto leva o taekwondo luso aos Jogos Olímpicos.
Luís Moreira (CP 8078)