O Ministério Público (MP) está a analisar os elementos divulgados pela investigação internacional ‘Panama Papers’ e se daí resultarem factos que configurem crime, não deixará de abrir inquérito, informou esta segunda-feira a Procuradoria-Geral da República.
Na maior investigação jornalística da história, divulgada na noite de domingo, desenvolvida pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, consta um português. Trata-se de Idalécio de Castro Rodrigues de Oliveira, um empresário pouco conhecido em Portugal, mas que estará envolvido no escândalo de corrupção que está a abalar o Brasil, o Lava Jato.
O ICIJ detalha que Idalécio Oliveira é acusado pela Procuradoria-Geral da República de fornecer o dinheiro que foi usado para pagar um suposto suborno a Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados do Brasil.
Além do português, nos documentos destacam os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e actuais líderes mundiais. Entre eles constam o rei da Arábia Saudita, elementos próximos do presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, o primeiro-ministro islandês, Sigmundur David Gunnlaugsson, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.
Na lista de personalidades que criaram ou usaram sociedades offshores figuram ainda o actor chinês Jackie Chang e o cineasta espanhol Pedro Almodovar.
A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de actividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas offshore, em mais de 200 países e territórios.
A partir dos Papéis do Panamá (‘Panama Papers’, em inglês) como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em offshore e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património,
Mais de 214 mil entidades offshore estão implicadas nas operações financeiras em mais de 200 países e territórios em todo o mundo, de acordo com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ).
FG (CP 1200) com SIC, TVI e agências